As atrações históricas da viagem dispensam comentários adicionais
Cairo parece uma São Paulo encravada no mundo árabe. São construções verticais de cimento por todos os lados, viadutos cortando avenidas cinzentas, carros amontoados em um trânsito interminável, milhões de pessoas nas ruas e uma poluição que, de tão visível, é quase palpável. Tudo muda, porém, quando o primeiro chamado às orações é ouvido pelo visitante. A voz do muezim, ecoada do alto dos minaretes das mesquitas, conclama os muçulmanos para rezar – e traz o turista para uma nova realidade. Subitamente, ele começa a notar os senhores barbudos negociando nas vendas, as mulheres de véu caminhando nas calçadas, o casal fumando a narguilé em um café antigo.
Cidade moderna e clássica, com ruas largas e arborizadas.
Nas barracas de rua, comida farta e apetitosa. Nas lojas dos bazares, roupas de seda coloridas e chamativas. E no horizonte, atrás de edifícios feios e encardidos, um mundo a ser descoberto, cheio de templos centenários e cortado pelo rio Nilo.
Atrações não faltam: das pirâmides de Gizé (a 45 minutos de distância do centro da capital) às ruas medievais do bairro islâmico, o Cairo oferece passeios por diversos períodos da história da humanidade, e para todos os gostos turísticos: para uma imersão no mundo muçulmano, visite a mesquita Al-Azhar (uma das mais importantes do Oriente Médio). Para compras, ande pelo mercado de rua Khan al-Khalili, o mais tradicional da cidade. E para um encontro com o mundo dos faraós, faça um tour pelo Museu Egípcio, que abriga mais de 110 mil relíquias do Egito Antigo, entre elas algumas dezenas de múmias e a máscara de ouro de Tutankhamon. Números de dança do ventre e passeios de barco pelo rio Nilo também podem fazer parte do cardápio.
No meio de tantas distrações, entretanto, o visitante não pode se descuidar: ao sair para a rua, é sempre necessário se informar sobre a situação na Praça Tahrir e adjacências: situado no coração da cidade, ao lado do Museu Egípcio, o local ainda é o principal palco de protestos do país.
O turista também deve saber que, aos olhos de muitos egípcios, ele é apenas uma agência bancária ambulante. Pedidos por baksheesh (gorjeta) e produtos vendidos a preços extorsivos serão uma constante em qualquer tour pela cidade. Pechinche antes de comprar qualquer coisa na rua e nunca tome um táxi sem combinar o preço da corrida antes.
Além dos monumentos faraônicos, Cairo também é conhecida como “a cidade dos mil minaretes”, uma das principais capitais islâmicas do mundo e reúne mesquitas antigas e fascinantes – algumas delas com mais de mil anos. Os principais templos locais se concentram na faixa que vai do centro da cidade até a área que cerca o mercado de Khan al-Khalili (as duas regiões estão relativamente próximas e podem ser visitadas em um ou dois dias). Antes de visitar as mesquitas, não se esqueça de vestir roupas conservadoras. No caso das mulheres, é aconselhável carregar um véu para colocar sobre a cabeça antes de ingressar nos templos.
Fotos: Divulgação.