De um vulcão que sumiu há séculos e séculos nasceu a região onde está uma das cidades mais aconchegantes de Minas Gerais. As águas ricas em enxofre que borbulham do solo e o clima de montanha tornaram Poços de Caldas um lugar irresistível. Tanto que a cidade pode muito bem ser o sinônimo de descanso. O som das águas que surge a cada canto tranquiliza. As praças arborizadas transmitem um estado de paz e as belezas naturais renovam as energias.
No cenário de Poços no início da década de 1940, a elite intelectual brasileira caminhava pelos jardins da cidade, as famílias abastadas passavam lá os fins de semanas para tratar seus parentes nas termas medicinais e as fichas de cassino eram tão comuns que eram usadas como dinheiro nas lojas. Carmen Miranda, Santos Dumont e Juscelino Kubitschek eram visitantes frequentes.
O então presidente Getúlio Vargas usava a suntuosa suíte presidencial do Hotel Palace para trabalhar. Ele chegou a trazer móveis do Palácio do Catete, antiga sede do governo, que ainda hoje decoram o quarto de hotel mais famoso da cidade. Mas dois fatos históricos transformaram a cidade. O primeiro foi a proibição do jogo no Brasil em 1946. O dinheiro do cassino secou, os turistas diminuíram e o glamour acabou. Depois veio a descoberta da penicilina. Frente aos antibióticos, os tratamentos termais tornaram-se obsoletos e caros.
No entanto, as fontes e as belezas naturais conseguiram manter a cidade como uma das favoritas para casais em lua-de-mel. A natureza local é privilegiada. Localizada no alto da Serra da Mantiqueira, a 1.200 metros de altitude, está em um vale cercado de muito verde, onde é fácil encontrar mirantes, trilhas, fontes e quedas d´água.
A grande atração continua sendo a água que borbulha do solo a uma temperatura de 40ºC. Em torno de suas fontes, a cidade cresceu, virou centro de tratamento de doenças e ganhou o maior balneário da América Latina, as Termas Antônio Carlos. Em arquitetura romana, funcionam ainda hoje a todo vapor e oferecem banhos de imersão, saunas, inalação e duchas, tudo com a famosa água sulforosa, indicada para diversas doenças.
Outra especialidade são os cristais criados no mesmo estilo dos artesãos da ilha de Murano (Itália). O pioneiro na arte com vidros na cidade mineira foi o italiano Mário Seguso, que em 1965 abriu uma loja e passou a ensinar a técnica milenar a seus aprendizes. Hoje, além da comercialização, pode-se assistir ao vivo ao processo de produção dos vidros.
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