Um em cada três chocolates vendidos não é “chocolate real”

No Brasil, um em cada três chocolates comuns produzidos pelas grandes indústrias, não pode ser chamado de chocolate, porque não é feito com o percentual mínimo de cacau exigido pela legislação. De acordo com uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para ser chamado de chocolate o produto deve ter, no mínimo, 25% de “sólidos totais de cacau”, mas muitos não chegam a ter 5%.
O alerta foi feito pelo produtor de cacau, presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (BA) e organizador da feira de chocolate da região, Marco Lessa. “O que o brasileiro encontra nas prateleiras de supermercados, vendido como chocolate, é apenas doce, não chocolate e estimo que um terço dos chocolates esteja nessa situação”, afirma. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) emitiu nota, dizendo que os produtos feitos com menos de 25% de cacau são considerados doces com sabor de chocolate.
O sócio diretor da ICAB Chocolates, Luigi Muffone afirma que é possível perceber a diferença entre chocolates com maior ou menor concentração de cacau, observando a cor e o sabor do alimento. “O cacau contribui para a textura, cor, sabor e durabilidade do chocolate, por isso diminuir a sua concentração afeta o produto final”, explica.
De acordo com nutricionistas, o chocolate tem alguns benefícios, além de dar sensação de saciedade, ele estimula a produção de serotonina, uma substância do cérebro ligada à sensação de prazer que, com isso, alivia a depressão e a ansiedade. Mas salientam que esses benefícios à saúde são promovidos pelo cacau, por isso, o mais indicado pelos especialistas é o chocolate amargo, que tem maior concentração de cacau e menos gorduras.