As usinas siderúrgicas internacionais voltaram a procurar com mais intensidade a sucata de ferro e aço fornecida pelo Brasil no último mês de setembro. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras da matéria-prima chegaram a 46,1 mil toneladas no mês passado, um crescimento de 27,7% em relação às vendas de agosto e o segundo melhor mês do ano, ficando atrás apenas do registrado no mês de janeiro, 57,4 mil toneladas.
No acumulado de 2013 até o mês de setembro as exportações já atingiram 322 mil toneladas, contra 300 mil do mesmo período do ano passado. Segundo o Instituto Nacional das Empresas de Sucata Ferrosa (Inesfa), que representa as empresas responsáveis por 47% de toda a sucata preparada no Brasil, a exportação de 2013 deve ficar próxima ao do ano de 2012.
Ainda de acordo com o instituto, o mercado interno não deve se preocupar, pois há estoque de sucata no pátio das empresas do comércio atacadista. Além disso, boa parte das vendas ao exterior é de um tipo de sucata ferrosa não adquirida pelas siderúrgicas brasileiras. Também, segundo a entidade, o Brasil exporta muito pouco, cerca de 3,5% do consumo interno e ínfimos 0,2% das exportações mundiais do produto.
Nos últimos anos, com a crise no setor siderúrgico, houve um acúmulo nos estoques de sucata tanto nas empresas como nas usinas. Como saída os comerciantes de sucata foram obrigados a buscar as exportações. Em 2013, a crise internacional afetou o mercado de commodities e as vendas externas de sucata iniciaram novo período de retração, causando um efeito contrário à crise de 2008 e reduzindo levemente as exportações. No entanto os preços da matéria-prima pouco se alteraram nos últimos meses e o mercado externo se mantém estável, diferentemente do mercado interno em que houve queda do preço da sucata preparada ao longo do ano de 2013.
A sucata ferrosa é um importante insumo utilizado no processo de fabricação do aço. Atualmente, a participação da sucata na produção de aço bruto no Brasil vem oscilando entre 26% e 28%, abaixo da média mundial, que foi de 45% em 2012, informa o Inesfa.
No exterior a sucata é tratada como commodity, com cotação internacional, e tem valores de 30% a 40% mais altos que no Brasil. Apesar da diferença de preço, segundo o Instituto, o Brasil exporta apenas 3,5% do volume da sucata consumida no mercado interno. Os principais países exportadores de sucata são, na ordem, Estados Unidos (22,1%), Alemanha (8,9%), Holanda (5,2%), Reino Unido (7,0%) e Japão (4,9%). Juntos, os cinco países respondem por quase 50% das exportações mundiais de sucata.