Na alta temporada de verão, a diversão na praia pode ser interrompida pela presença da água-viva, um animal de corpo quase transparente e consistência gelatinosa que, ao ser tocado, injeta toxinas na pele e a queima. Delicado, o ferimento cutâneo deve receber cuidados imediatos até que um médico possa examinar e indicar o tratamento mais adequado ao problema. Feito na areia, muitas vezes pelo próprio ferido, esse primeiro atendimento pode atenuar a dor se soluções certeiras forem usadas no local.
Por isso, ao sentir uma forte ardência na pele e perceber que sofreu queimadura, a primeira providência que o banhista deve tomar é abandonar o mar. “Apesar de as espécies encontradas no litoral brasileiro não costumarem ser venenosas, algumas pessoas podem ter reações alérgicas tão fortes que correm o risco de se afogar”, diz Renata Marques, dermatologista da Clínica Dicorp, do Rio de Janeiro.
Já na areia, é preciso controlar a curiosidade para não tocar e, muito menos, coçar a área afetada. Isso porque quando a água-viva atinge a pele, solta filamentos chamados nematocistos, que contêm uma toxina facilmente liberada quando o indivíduo faz movimentos de fricção sobre ela.
Outra recomendação é aplicar sobre a região do corpo atingida soluções salgadas, como a água do mar ou o soro fisiológico. “Nunca lave o local com águas quente ou doce, pois elas ajudam esses nematocistos a se romperem mais facilmente, ao contrário da água marinha, que ajuda a soltá-los”, indica a especialista.
Após lavar a pele, não é recomendado passar pomada, pasta de dente ou creme hidratante. Em casa, para aliviar a ardência e a dor só é válido o uso de compressas geladas.
Nenhum tipo de medicamento sem orientação médica deve ser tomado ou aplicado, pois corre-se o risco de provocar uma infecção ou até mesmo piorar o quadro da queimadura.
“O que pode ser passado no local, além de água do mar ou soro fisiológico, é o vinagre, pois o ácido acético inativa a ação dos nematocistos”, alerta.