As pessoas acham que eu falo muito palavrão por causa das letras das minhas músicas. Mas hoje eu ainda não falei nenhum, acredita?”, constatou Valesca Popozuda. Intérprete da onipresente “Beijinho no ombro”, a loira já não é mais a mesma — para o bem, é bom que se diga.
Quatorze anos depois da formação da Gaiola das Popozudas, grupo que a lançou, Valesca está muito mais sofisticada que a garota crescida no Irajá, na Zona Norte, e que ficou famosa por cantar funks com versos proibidos para menores. Hoje, usa roupas de grife, é ícone cult, abraçada pela elite, e virou figurinha fácil em programas de TV.
“Cara, eu não tinha dinheiro para nada. Zerada mesmo”, justifica: “E a cabeça da gente muda, né? Não tinha conhecimento de nada”. Hoje, ela é até capaz de falar de alta costura. “Leio ‘Vogue’, estou sabendo as coisas já. Cara, eu trabalho muito para conseguir o que eu quero”, diz.
Fazer sucesso entre os endinheirados, admite, é uma vitória: “Não pedi para ser aceita, eles reconheceram o meu trabalho”.