Curitiba chega aos 321 anos num momento decisivo para o seu futuro. Com tradição de 50 anos de planejamento urbano, a cidade se prepara para projetar os próximos 50. Investimentos em mobilidade e infraestrutura, ampliação dos recursos para a educação e a saúde e a revisão do Plano Diretor fazem parte desse processo.
“Estamos consolidando um plano estruturante para Curitiba. Nossa cidade é referência em planejamento, mas neste começo de século tem novos desafios a serem enfrentados”, afirma o prefeito Gustavo Fruet. Ele explica que o planejamento da cidade é orientado por quatro grandes eixos estratégicos: qualidade urbana e ambiental, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e governança participativa. “Queremos uma cidade mais sustentável, criativa, humana e participativa”, diz Fruet.
Um momento importante desse processo é a revisão do Plano Diretor de Curitiba, que vem sendo feita internamente, no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc), desde o ano passado, e este mês começou a ser debatida com a população. O primeiro Plano Diretor da cidade foi aprovado em 1966 e estabeleceu as bases para o planejamento da cidade, sobre o tripé transporte coletivo/sistema viário/uso do solo.
Agora, a revisão está aberta às contribuições da sociedade. O primeiro passo são as 19 oficinas nas Regionais da cidade, que começaram no último dia 17 e vão até 3 de abril. Essas oficinas foram organizadas com o objetivo de capacitar a população para participar da revisão do Plano e identificar a visão da comunidade sobre a cidade onde vivem e a cidade que deseja.
Hoje, a partir das 18h30, acontece no Salão de Atos do Parque Barigui a audiência inaugural de revisão do Plano Diretor está marcada para o dia 28 de março, das 18h30min às 22h30min, no Salão de Atos do Parque Barigüi. Nesse primeiro evento, a comunidade vai receber informações sobre como está organizado o processo de revisão do Plano Diretor.
Depois, serão realizadas mais 18 audiências públicas duas em cada uma das nove Regionais da cidade. Entre os dias 26 e 30 de maio e 2 a 6 de junho acontecerão audiências descentralizadas para receber contribuições da sociedade ao Plano Diretor. Entre os dias 15 e 26 de setembro de 2014, haverá uma nova rodada de audiências públicas nas Regionais, com o objetivo de compatibilizar e elaborar a redação final das propostas apresentadas pela comunidade.
A revisão do Plano Diretor é um exercício de cidadania que deve contar com a participação de toda a comunidade. É um momento histórico, no qual estamos repensando e construindo o futuro da nossa cidade. Tudo o que for decidido na revisão do Plano Diretor vai impactar a vida daqueles que vivem em Curitiba nos próximos 10, 20 ou 50 anos”, diz o prefeito Gustavo Fruet.
Investimentos
Ao mesmo tempo, Curitiba se prepara para receber o maior investimento em mobilidade da sua história. Nos próximos anos serão aplicados R$ 5,2 bilhões em obras voltadas para a melhoria do transporte coletivo e da mobilidade. O investimento faz parte do projeto de transformar Curitiba numa cidade efetivamente multimodal, integrando ônibus, metrô, bicicleta e outros meios de transporte.
Os recursos vão custear a implantação do metrô – cuja licitação será lançada em breve – e de mais três projetos: a conclusão do corredor de transporte da Linha Verde, a revitalização da Linha Inter 2 e o aumento da capacidade das canaletas de ônibus.
Além do transporte, saúde e educação também são prioridades da administração municipal, visando fazer de Curitiba uma cidade mais humana e igualitária. A Prefeitura irá aplicar R$ 6,1 bilhões na área da saúde e R$ 5,6 bilhões na educação até 2017.
Na educação, entre as principais melhorias previstas estão reformas e ampliações de 14 Centros Municipais de Ensino Infantil (CMEIs) e a construção de mais 35, além da construção de mais 5 escolas, 26 quadras esportivas, 11 bibliotecas, e a elaboração do Plano Municipal de Educação.
Outros avanços vêm sendo registrados desde o ano passado. Entre eles, a contratação de mais de mil profissionais da educação, a entrega de quatro novos CMEIs e o início da construção de mais sete unidades.
Na Saúde, o orçamento em 2013 cresceu 23%, chegando a R$ 1,4 bilhão. Onze unidades de saúde que antes fechavam às 19 horas passaram a atender até as 22 horas. Juntas, elas já fizeram mais de 40 mil atendimentos no período noturno. Cinco novas unidades de saúde estão em construção, dezenas de unidades foram reformadas e foram contratados mais de 500 médicos. Curitiba também é a única cidade do País que oferece serviços odontológicos no programa Consultório na Rua, de atendimento médico a moradores de rua. Mais de 2 mil pessoas que vivem nas ruas já foram atendidas por dentistas.
Até 2017, serão investidos em saúde R$ 6,1 bilhões, em obras como o Hospital da Zona Norte, a implantação do Instituto da Mulher, as Unidades de Pronto atendimento (UPAs) Matriz e Tatuquara e a construção e reforma de 20 Unidades Básicas de Saúde, além da ampliação do número de equipes da Saúde da Família e Saúde Bucal.