A infecção pelo HPV – o Papilomavírus Humano – é a doença sexualmente transmissível mais comum atualmente. Esse grupo de vírus inclui mais de 200 tipos diferentes, dos quais cerca de 45 são transmissíveis por via sexual, podendo causar lesões genitais, tanto em mulheres, como em homens.
Segundo a ginecologista especialista em Reprodução Humana da Criogênesis, Dra. Alessandra de Souza Barbeiro Munhoz, o HPV é a principal causa do câncer do colo de útero, terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e do de cólon e reto. Em 2013, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), 4.800 brasileiras morreram desse tipo de câncer no país, a maioria de classes menos favorecidas.
Durante o mês de março, o Ministério da Saúde iniciou a campanha de vacinação contra o vírus do HPV destinada para meninas de 11 a 13 anos, realizada nos postos de saúde do país. Apesar de ser um projeto de prevenção da doença, muitas controvérsias e dúvidas vêm sendo discutidas por pais, médicos e outros especialistas.
O HPV ou Papilomavírus Humano é um vírus de transmissão preferencialmente sexual, considerado, atualmente, como a DST (doença sexualmente transmissível) mais frequente no mundo. Existem mais de 200 tipos diferentes desse vírus, dos quais aproximadamente 45 infectam a região ano-genital feminina e masculina. O HPV pode causar lesões benignas (condilomas acuminados ou verrugas genitais, conhecidas popularmente como “crista de galo”) tanto em homens quanto em mulheres, e lesões pré-cancerosas e câncer propriamente dito, principalmente do colo uterino, sendo importante lembrar que o grupo de vírus que causa a lesões benignas é diferente do grupo que causa a doença maligna. É indispensável, portanto, que as consultas periódicas com o ginecologista e o Papanicolau sejam realizados, já que, este exame é capaz de detectar alterações, prevenindo o desenvolvimento do câncer.
Com exceção das situações em que o HPV se desenvolve em um câncer de colo de útero, culminando na necessidade de retirada do órgão, ainda não foi comprovada a sua relação direta com a fertilidade humana. Entretanto, uma pesquisa recente realizada pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva com casais que realizaram a fertilização in vitro (FIV), mostrou que apesar das taxas de gravidez não terem sido afetadas, os casais, em que a mulher ou o homem eram portadores de HPV, tiveram uma taxa de abortamento maior do que os casais não infectados. Além disso, quando ambos eram infectados, a taxa foi ainda maior.
A vacina tem como objetivo evitar que a pessoa seja contaminada pelo HPV e, assim, diminuir o número de casos de pacientes que desenvolvam as verrugas genitais e os cânceres de colo de útero e anus. Apesar de existirem centenas de tipos do vírus, as vacinas produzidas atacam os quatro mais comuns: tipos 6, 11, 16 e 18 (os 2 primeiros tipos causam os condilomas e os dois últimos, o câncer de colo uterino). Existem 2 tipos de vacina: a Bivalente (contra os HPV 16 e 18) e a Quadrivalente (contra os 4 tipos de HPV mencionados). A vacina Quadrivalente apesar de gratuita apenas para meninas de 11 a 13 anos (e, futuramente, para todas as meninas de 9 a 13 anos), é recomendada para homens e mulheres de 9 a 26 anos. A vacina bivalente pode ser utilizada sem qualquer limite de idade. Clínicas particulares também oferecem as vacinas para pessoas de qualquer faixa etária, por considerar que há benefícios para todos os pacientes.