Bienal Internacional de Curitiba inicia atividades para edição de 2015

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A organização da Bienal Internacional de Curitiba passou a divulgar recentemente, nas redes sociais, o que parece um esboço do novo tema e identidade visual da próxima edição, programada para 2015. No banner consta, “Luz, mais luz”! A presidente da Comissão Organizadora, Luciana Pereira, não confirmou se a frase consiste em tema, mas disse que novas informações serão divulgadas em breve.
Na edição do ano passado, a qual marcou os 20 anos da Bienal, a opção foi pela ausência de tema ou título. O vínculo entre títulos fixados e a variedade de obras e estilos seria frágil e efêmero. Segundo o site oficial, as obras permanecem e os temas se esquecem. Nos conceitos dos curadores, importou menos o enquadramento das obras numa base estabelecida e mais o diálogo que elas podem firmar com questões contemporâneas.
É certo que o diálogo entre as artes e problemas correntes nos debates públicos nem sempre é bem entendido pela maioria das pessoas. O resultado: são museus pouco visitados. Talvez por isso, bienais e outros eventos de promoção das artes têm investido na abertura de espaço para a arte urbana. Performances e interferências artísticas figuram como elementos essenciais nessa tendência, a qual desloca obras e instalações artísticas de museus e galerias para as ruas e demais espaços, não pensados especificamente para exposições de arte.
Essa atitude pôde ser percebida em Curitiba, durante a Bienal de 2013. Principalmente no centro da cidade, o grupo de performances causou interrogações no rosto de muitas pessoas. Um homem vestido de caveira esmagando frutas enquanto toca acordeom, gente caminhando de costas levando bandeiras coloridas, um grupo transferindo água de um chafariz ao outro, tudo só poderia causar estranhamento e perguntas como: “o que significa isso?” O contato direto de um ato artístico inusitado e estranho, com pessoas que transitam normalmente pela cidade, pode não ser uma experiência revolucionária, mas também pode despertar o interesse de alguns sobre arte.
Segundo Luciana Pereira, o esforço é o de multiplicar o acesso. “A ampliação do público acontece, sobretudo quando não restringimos a Bienal a espaços expositivos. Além das exposições nos principais museus e centros culturais da cidade, buscamos levar a arte a um público não habitual, com obras de arte urbana e performances, e priorizamos o desenvolvimento de ações educativas de formação de professores e alunos”, afirma.
No ano passado, a Bienal de Curitiba teve um milhão e duzentas mil visitas. A partir de sua edição comemorativa de 20 anos, passa a realizar o FICBIC – Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba. O Festival é composto por mostra principal, universitária competitiva e infanto-juvenil e acontece tanto nos anos da Bienal quanto nos anos de intervalo.

))) Guilherme Artigas