Durante o verão, muita gente correu atrás do bronzeado perfeito, sem se dar conta que, por trás da cor da pele provocada pelo sol está somente uma reação à agressão dos raios ultravioleta e do número crescente de câncer de pele no país. Segundo estimativa do INCA, serão 182 mil novos casos de câncer de pele no Brasil.
“Infelizmente, o que é um mecanismo de defesa virou critério de beleza”, afirma o dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Paraná (SBDPR), Dr. Lincoln Fabrício, referindo-se ao bronzeamento que, no Brasil, chega a ser um ritual de beleza obrigatório para boa parte da população. Entretanto, ele lembra que é unanimidade entre os especialistas que a exposição exagerada ao sol pode causar o câncer e o envelhecimento precoce e antinatural da pele.
Para prevenir o câncer e outras doenças de pele, Fabrício recomenda que, mesmo não havendo nenhum problema aparente ou já diagnosticado, seja feita uma consulta anual ao dermatologista. E que, a cada três meses, seja feito o autoexame. Todos devem ficar atentos, mas, principalmente, as pessoas mais claras, que se queimam facilmente ao sol ou com histórico de câncer de pele na família.
No autoexame, verificam-se as pintas ou nevos: se mudaram de tamanho, forma ou cor, e se apresentam sangramento, crostas (casquinhas) ou descamação, e procuram-se novos sinais, como pequenos ferimentos que não cicatrizam, verrugas, manchas avermelhadas e ásperas ou micoses que podem ser contraídas em piscinas ou na praia.
Até o couro cabeludo precisa ser examinado e qualquer suspeita deve levada ao médico.
Fabrício destaca que o melanoma cutâneo, tipo de câncer que pode ser fatal, se parece com uma pinta comum (os chamados nevos) e, portanto, é preciso avaliar as pintas de forma minuciosa. “O sol é fonte de vida se soubermos ‘usá-lo’ com sabedoria”, afirma Fabrício. A vitamina D, por exemplo, só é processada pelo organismo humano por meio da exposição à luz solar. A proteção, entretanto, é vital. O uso dos filtros solares com fator de proteção acima de 30 (inclusive no outubro e no inverno), que cobrem os espectros UVA e UVB (ultravioleta A e B), mesmo reaplicados a cada duas horas – ou depois de suar muito ou se molhar -, não é suficiente. É preciso usar chapéus, óculos de sol e roupas adequadas. Lembrando sempre que, das 10 às 15 horas, os raios UV incidem de forma mais agressiva.