Pelo menos um hit em cada um dos 19 discos e nove DVD´s, apresentações emblemáticas no Rock in Rio – como em 1985, shows fora do país, ícone do rock dos anos 80 e 30 anos de carreira. Com todas estas credenciais, Os Paralamas do Sucesso tem lugar de destaque na vitrine da música brasileira. Com realização da Prime, o grupo retorna a Curitiba, no próximo dia 24 de maio, em única apresentação no Teatro Positivo Grande Auditório às 21h15, para apresentar seu show que faz parte da turnê comemorativa aos 30 anos da banda, com sucessos de todas as fases do grupo e também abrem espaço para artistas que os influenciaram.
Amigos da infância passada em Brasília, o Paralamas foi formado no Rio de Janeiro. Herbert Vianna (guitarra, vocal), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) continuam fazendo o que mais gostam de fazer – estar no palco. Os três fundadores da banda que nunca trocou de formação, caso único no Brasil – mais o tecladista João Fera e a dupla dos sopros, Bidu Cordeiro e Monteiro Júnior, estão percorrendo as principais cidades do país. Na direção, Claudio Torres e José Fortes, empresário da banda desde o início da carreira.
O repertório deve incluir hits como “Lanterna dos Afogados”, “Romance Ideal” e “Ela Disse Adeus”, “Mensagem de Amor”, “De Perto”, “Cuide Bem do Seu Amor”, “Vital e Sua Moto”, além de “Que País É Este?”, do Legião Urbana. O show traz ainda músicas de artistas que foram importante para a formação da banda como Led Zeppelin, The Clash, The Police, Jorge Ben, Gilberto Gil e Lulu Santos.
De todos os aniversários redondos, o de 30 anos é o mais cheio de significados. Ele marca – ou deveria marcar – o adeus à juventude e o olá à maturidade. “Em vez de celebrar esses primeiros 30 anos estamos é festejando a abertura do segundo ciclo de 30 anos”, proclama Herbert Vianna.
Dentro do “espírito “paralâmico”, porém, a comemoração não se atém ao que se vê no palco, mas se espraia também pelos bastidores. “Tem gente na equipe que está há 20 anos com a gente”, explica Bi. Todos compartilham da alegria de pegar dois voos e depois mais dez horas de ônibus para tocar, tocar como se não houvesse amanhã. Não são muitas bandas no mundo que conseguiram conservar a alegria da estrada, encarada com alegria e não com tédio.
“O Herbert é o maior fominha”, entrega o baixista.
O segredo dessa eterna juventude talvez esteja no fato de que os Paralamas nunca se levaram a sério, sempre se ironizaram o tempo inteiro. “Temos um serrote de salto alto”, declara Barone. “Não temos presunção diante dos fãs, mas gratidão”. Essa leveza também permitiu que nessas três décadas os Paralamas se tornassem a banda brasileira que mais mudou – permanecendo fiel à sua essência e à sua convicção. Não há um disco deles que seja similar ao anterior. “Muitas dessas mudanças de fase se devem ao Herbert, à sua capacidade de mudar, de não querer se repetir”, explica Barone”. Desse jeito, fazer 30 anos pode não ser nem um pouco complicado.