Um novo tipo de câncer, chamado linfoma anaplásico de grandes células da mama, pode estar sendo desencadeado por um implante de silicone comum no Reino Unido. Pelo menos 150 casos da doença foram reportados e nove entre 10 vítimas da condição haviam recebido um tipo de prótese que tem o exterior texturizado, de acordo com os especialistas.
Os pesquisadores afirmam que a superfície mais áspera do implante é o “terreno ideal” para que bactérias “semeiem” o câncer e que todas as mulheres deveriam ser alertadas sobre o risco da doença antes de passar pela cirurgia de aumento dos seios. Incomum nos Estados Unidos, a prótese texturizada compõe 99% do mercado no Reino Unido, onde 30 mil mulheres se submetem ao procedimento por ano.
Susan Grieve, 40 anos, faleceu, vítima de câncer de mama, em julho de 2012, seis anos após implantar próteses de silicone texturizadas. Na época, a família acreditava que a doença havia sido causada por substâncias químicas que se espalharam pelo corpo de Susan depois que os implantes romperam. No entanto, estudos europeus não encontraram ingredientes cancerígenos nas próteses da marca Poly Implant Prothèse, que foram banidas no ano passado por usar material de baixa qualidade.
“Estes tumores são extremamente raros, mas tratáveis. Não há necessidade de remover os implantes, a não ser em caso de alterações e inchaços inexplicáveis”, alertou o cirurgião plástico Fazel Farah.
A maioria das mulheres que sofreu com o linfoma anaplásico de grandes células da mama teve recuperação completa após cirurgia. Em alguns casos, foram necessárias sessões de quimioterapia e radioterapia.