Os cuidados com a alimentação são crescentes quando o assunto é a terceira idade. Uma das medidas mais importantes é desestimular o uso de sal e açúcar à mesa, para controlar o consumo destes alimentos. “Com o passar dos anos, ocorrem mudanças naturais na intensidade de percepção do sabor. Logo, a pessoa idosa passa a adicionar mais açúcar, sal e outros condimentos para temperar os alimentos até alcançar um sabor que agrade ao paladar, o que pode acabar representando um abuso na quantidade”, afirma Mauro Scharf, endocrinologista e diretor médico do Laboratório Frischmann Aisengart.
Uma das recomendações para melhorar este aspecto é prestar atenção no ato de mastigar e na higiene bucal. “Uma mastigação adequada dos alimentos associada aos cuidados frequentes com a higiene da boca, incluindo a escovação da língua, ajudam a perceber melhor o sabor dos alimentos, evitando o exagero no uso dos temperos”, declara o médico. Outra dica é a adição de outros temperos à comida, como cheiro verde, alho, cebola e ervas. Isto pode ajudar a diminuir a utilização de sal no preparo dos alimentos, contribuindo para a redução do seu consumo. “As pessoas acabam por se acostumar ao sabor dos alimentos preparados com pouco sal, mas isso leva algum tempo. Essa informação deve ser discutida com a pessoa idosa para ajudá-la na redução do consumo de sal”, diz.
Segundo Scharf, é preciso estimular a busca e o consumo da água entre as refeições. “A ingestão de líquidos pelas pessoas idosas precisa ser incentivada, pois são frequentes os casos de desidratação”, afirma. O baixo consumo de água pelas pessoas idosas muitas vezes é justificado com base nas argumentações “não sinto sede”; “não gosto de água”; “água não tem gosto de nada”; “bebo chás e café no lugar da água”; “a posição do filtro me dificulta buscar a água, pois é muito alto para mim”. Porém, a busca por água deve ser garantida, mesmo quando não houver manifestação de sede.
A primeira estratégia é despertar a pessoa idosa para os benefícios que a água traz para a saúde (o intestino funciona melhor, mantém a boca mais úmida, mantém a hidratação do corpo, entre outras vantagens). Para incentivar a ingestão de água, é essencial que o ambiente facilite o acesso da pessoa idosa aos utensílios (caneca ou copo ou xícara) e ao filtro, estando tudo a uma altura adequada à da pessoa.
De acordo com o médico, é importante incentivar o consumo da água em pequenas quantidades, várias vezes ao dia, entre as refeições. Entretanto, em casos cuja recomendação médica restringe a ingestão de líquidos, a quantidade diária de água para a pessoa idosa deve ser calculada e sua ingestão monitorada.