Exames específicos ajudam alérgicos

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 30% da população tem algum tipo de alergia. Ao contrário do que muitos presumem, a alergia (do grego állos, que significa outro, e érgon, com o significado de trabalho, ou seja, outra ação/reação) não é uma doença mas, sim, uma reação anormal ou exagerada do sistema imunológico para certas substâncias encontradas em nosso meio ambiente. A reação é mediada por anticorpos de uma classe especial denominada imunoglobulina E ou, simplesmente, IgE, produzida pelo nosso sistema imunológico (linfócitos).
De acordo com o médico Emilio Salvador Granato, responsável técnico do Laboratório Frischmann Aisengart e acadêmico honorário da Academia Paranaense de Medicina, nem todas as pessoas são alérgicas ou nascem alérgicas. “É necessária uma tendência genética (atopia) para o seu aparecimento, depois de sensibilização pelos agentes (alérgenos) desencadeadores”, explica.
Granato revela que são muitos os alérgenos, mas os mais comuns são ovo de galinha, leite de vaca, amendoim, nozes, avelã, trigo, frutos do mar, soja, polens (gramíneas), fungos (Alternaria, Cladosporium, Aspergillus, D.pteronyssinus e D.farinae) e pelos de gato e de cão.
O médico afirma que a alergia pode ser eficazmente diagnosticada e, consequentemente, tratada e controlada, porém, muitas pessoas desconhecendo as causas das crises alérgicas, acabam não buscando o tratamento adequado. “Felizmente, existem exames para descobrir a origem das reações alérgicas. No Frischmann Aisengart, por exemplo, oferecemos uma gama de exames específicos para detectar os alérgenos, que vêm sendo acrescidos de novos periódica e continuamente”, revela.
Granato detalha que, no Laboratório Frischmann Aisengart, os exames de dosagens dos anticorpos IgE específicos são realizados pelo método imunoenzimático (ImmunoCap) com mais de 800 tipos diferentes disponíveis. “Há boa correlação com o grau de sensibilização aos alérgenos”, comenta. Também disponibiliza exames pela tecnologia biochip, que permite avaliação simultânea de 112 alérgenos provenientes de 51 fontes alergênicas. Mas Granato lembra que o ideal é que um especialista seja procurado logo nos primeiros sintomas.
O médico descreve que as reações alérgicas podem afetar a pele, promovendo lesões cutâneas (eczema e urticária), apresentar sintomas respiratórios (rinites, tosse, “chio de peito” e asma), gastrointestinais (vômito, diarreia e cólica) e, em crianças em casos crônicos, podem provocar déficit de crescimento (baixo peso e estatura).
Granato alerta que a alergia pode e deve ser diagnosticada para ser controlada e, para isso, o médico deve ser consultado. “É essencial que seja feita uma análise do histórico clínico e, além do teste cutâneo de puntura (prick test), a dosagem de IgE específica ajudará a identificar os alérgenos desencadeadores dos surtos alérgicos”.
O exame mais simples a ser feito é o teste cutâneo de puntura que, porém, apresenta certas limitações pela dificuldade de padronização, pela variabilidade dos extratos usados, reatividade da pele, a presença de eczema ativo no local, uso recente de antihistamínicos ou esteroides tópicos. Por isso, segundo o médico, o exame de sangue é um importante aliado.
O responsável técnico do Laboratório reforça que a alergia não tem cura, mas existem opções para conter os sintomas. A primeira é, obviamente, evitar as substâncias alergênicas já detectadas pelos exames acima referidos. No caso de alergias respiratórias, o ideal para evitar as crises é manter o ambiente arejado, passar aspirador regularmente e trocar as roupas de cama com frequência. Tapetes, carpetes e cortinas devem ser evitados por acumularem ácaros e poeira doméstica, assim como animais que soltam pelos. O cigarro é outro que deve ser mantido a distância, pois a fumaça agrava consideravelmente a alergia. Recomendado ainda evitar perfumes, talco e produtos de limpeza.
“Testes de alergia adequados são essenciais para o tratamento ideal, incluindo prevenção à exposição aos alérgenos, exclusão de alimentos e tratamento com fármacos. Além disso, para alergias específicas, existe a imunoterapia (vacinas dessensibilizantes)”, finaliza.