Manter uma boa alimentação, praticar atividades físicas, controlar o número do manequim e não ingerir bebidas alcoólicas ou fumar. Um estilo de vida saudável pode ajudar na prevenção do câncer de mama, o tumor que mais mata mulheres no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, cerca de 50 mil mulheres são diagnosticadas com a doença por ano no país. Esse número poderia ser bem menor caso o diagnóstico fosse realizado logo no início da doença. “Identificado em estágios iniciais, quando as lesões têm menos do que dois centímetros de diâmetro, o câncer de mama apresenta um prognóstico mais favorável e um percentual de cura elevado”, explica Alessandra Ferreira Kozlowski, bioquímica do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas.
Por isso, além de adotar hábitos saudáveis, estar em dia com os exames é fundamental. Para detectar a doença, o autoexame – que consiste em apalpar a região dos seios e das axilas em busca de possíveis alterações – e a mamografia são os mais comuns e solicitados por especialistas. Mas eles não são os únicos.
Em maio do ano passado, a atriz Angelina Jolie declarou ter se submetido a uma dupla mastectomia após descobrir uma mutação genética que a torna propensa a desenvolver tumores nas mamas e nos ovários. Uma pesquisa realizada recentemente no Reino Unido descobriu que o episódio fez dobrar o número de mulheres que buscam os testes genéticos.
“A genética é um fator determinante para a doença, já que as mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 tornam a pessoa mais predisposta a desenvolver o câncer de mama”, conta a bioquímica.
Os testes não revelam se o paciente terá ou não determinada doença, mas sim se ele tem chances de desenvolvê-la em algum momento da vida.
“Assim, pessoas mais predispostas a determinadas patologias podem adotar medidas preventivas simples ou assumir procedimentos mais rígidos para a prevenção, tudo de acordo com orientações do médico responsável”. Os testes de genética preventiva, ou medicina personalizada, são capazes de revelar riscos genéticos para o desenvolvimento de doenças a partir da coleta de células da mucosa bucal ou de sangue.
Outro exame importante e pouco conhecido é o FISH HER2, que verifica se as células cancerígenas apresentam ou não um número anormal de HER2 (proteína que auxilia no crescimento do tumor e na multiplicação celular). “Ele é fundamental para o prognóstico e a orientação terapêutica do paciente, já que identifica os receptores da célula tumoral. Quem possui câncer de mama positivo para HER2 pode, por exemplo, utilizar uma medicação conhecida como Herceptin, que tem poucos efeitos colaterais imediatos e que responde melhor para este tipo específico de tumor“, diz Alessandra. O exame deve ser indicado por um especialista.