Obama pede que cidadãos pressionem Congresso

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apelou aos norte-americanos para que pressionem o Congresso a aprovar leis mais rígidas de controle de armas. Em discurso no estado de Connecticut, onde 26 crianças e adultos foram mortos em dezembro por um atirador em uma escola, ele disse que o Parlamento deve aprovar uma legislação que exija a apuração, de forma detalhada, do perfil de compradores de armas.
Para Obama, a adoção de leis mais duras sobre a posse de armas, adotada em Connecticut, deve ser modelo para o Congresso norte-americano. Em janeiro, Obama anunciou um plano nacional de controle de armas de fogo em mãos da população civil, na tentativa de conter a violência no país.
O plano apresentado por Obama inclui propostas em três linhas: a proibição dos chamados fuzis de assalto, que são armas portáteis de grande poder de fogo, usadas por tropas militares; as restrições à venda de munição; e as novas diretrizes para verificação dos dados pessoais dos interessados em comprar armamentos.
A proposta do governo norte-americano aguarda discussão e votação no Congresso, mas esbarra na pressão da indústria de armas, que é contra as medidas. Desde 1789, a Constituição dos Estados Unidos protege o direito dos indivíduos de portar armas.
De acordo com dados oficiais, há cerca de 310 milhões de armas de fogo em mãos de particulares. Pesquisas feitas pelo Instituto de Estudos Internacionais, em Genebra, indicam que somente nos Estados Unidos há 90 armas para cada 100 pessoas; depois vem o Iêmen, que registra 61 armas para o mesmo número de indivíduos, e a Finlândia, com 56.
O estudo mostra também que, no mundo, civis têm 700 milhões de armas de fogo, dos quais 40% nos Estados Unidos. Uma média de 85 pessoas morre todos os dias em cidades norte-americanas em decorrência do uso de armas de fogo.