Pacientes obesos submetidos a cirurgia bariátrica viveriam mais

Um estudo feito com pacientes submetidos a cirurgia bariátrica — conhecida popularmente como “redução de estômago” — mostrou que, em longo prazo, eles têm uma taxa de sobrevida maior em comparação a pacientes obesos que não passaram pelo procedimento. A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa em Saúde Coletiva, financiada pelo Serviço de Desenvolvimento e Pesquisa em Saúde, estudou pacientes atendidos pelo sistema de saúde VeteransAffairs, em Seattle (EUA). Os resultados foram divulgados nesta terça-feira (6) no Jama (The Journalofthe American Medical Association).
É possível fazer atividades físicas logo após a colocação do balão no estômago. VERDADE: o dispositivo no estômago não possui restrição para realizar atividades. “Porém, elas devem ser liberadas gradualmente, na medida da adaptação e conforto do paciente. É importante seguir as orientações médicas, principalmente a respeito da prática de exercícios de alto impacto, como por exemplo, boxe”, diz o cirurgião José Afonso Sallet, diretor Instituto de Medicina Sallet.
O estudo considerou as taxas de sobrevivência de 2.500 pacientes (74% deles homens) que se submeteram ao procedimento entre os anos 2000 e 2011 nos centros bariátricos do VeteransAffairs. Os dados foram comparados aos de 7.462 pacientes do grupo de controle que não foram submetidos à cirurgia. Os pacientes cirúrgicos tinham uma idade média de 52 anos e uma média de IMC (Índice de Massa Corporal) de 47; já os pacientes do grupo de controle tinham em média 53 anos e IMC médio de 46.
No final do estudo, que foi realizado por um período de 14 anos, foram registradas 263 mortes no grupo cirúrgico e 1.277 mortes no grupo de controle. Isso significa que as taxas de mortalidade estimadas para pacientes cirúrgicos foram de 2,4% em um ano, 6,4% em cinco anos e 13,8% em 10 anos. No caso dos pacientes do grupo de controle, as taxas foram de 1,7% em um ano; 10,4% em cinco anos e 23,9% em 10 anos.
A pesquisa salienta que a cirurgia bariátrica não estava associada às causas da morte dos pacientes que faleceram no primeiro ano, mas estava associada à taxa significativamente menor de mortes ocorridas entre o primeiro e o quinto ano e do quinto ao 14º ano de estudo.
No artigo, os autores afirmam que os resultados “fornecem evidências adicionais para a relação benéfica entre a cirurgia e a sobrevivência que já foram demonstradas em pessoas mais jovens e predominantemente do sexo feminino”.
Além da redução de peso, a cirurgia bariátrica é associada à melhora (ou até ao desaparecimento) de doenças relacionadas à obesidade, elevando a qualidade de vida do paciente.