Iara abre o II Festival de Teatro Infantil – Brinque, Lendas Brasileiras

Histórias que mexem com o lúdico do universo das crianças. De março a agosto, Curitiba vivenciará o folclore brasileiro durante o “II Festival de Teatro Infantil – Brinque, Lendas Brasileiras”. Com realização da Montenegro Produções Culturais, Ministério da Cultura e apoio do Hospital Pequeno Príncipe, a segunda edição da mostra contempla seis espetáculos que contam histórias de personagens folclóricos conhecidos que vão proporcionar aos pequenos uma viajem por este vasto imaginário popular. A estreia acontece final de semana com a adaptação inédita de Rosy Greca Produções para “Iara”. As apresentações serão realizadas neste sábado e domingo, dias 21 e 22 de março, às 16horas, no Teatro Bom Jesus. Toda a renda da bilheteria será doada ao Hospital Pequeno Príncipe.
Na montagem, “Iara – uma lenda amazônica”, a contação de histórias (realizada por Rosy Greca) alia-se a música (executada ao vivo) e ao teatro de animação para apresentar às crianças uma das mais extraordinárias personagens do Folclore Brasileiro. Iara é uma sereia, metade peixe, metade mulher que, ao cair das tardes, emerge das águas amazônicas para seduzir, com o seu belo e irresistível canto, os varões tapuias com quem deseja casar. Uma vez seduzidos e enfeitiçados, os índios se entregam aos encantos da sereia e com ela mergulham nas águas, para nunca mais voltar.

Segundo a lenda, Iara era uma índia guerreira, a melhor da tribo, e recebia muitos elogios do seu pai que era pajé. Os irmãos de Iara tinham muita inveja e resolveram matá-la à noite, enquanto dormia. Iara, que possuía um ouvido bastante aguçado, os escutou e os matou. Com medo da reação de seu pai, Iara fugiu. Seu pai, o pajé da tribo, realizou uma busca implacável e conseguiu encontrá-la, como punição pelas mortes a jogou no encontro dos Rios Negro e Solimões, alguns peixes levaram a moça até a superfície e a transformaram em uma linda sereia.
O projeto inclui ainda contações de histórias no Hospital Pequeno Príncipe e apresentações exclusivas na Associação Eunice Weaver, que promove a pesquisa científica e o atendimento médico, educacional e social a crianças e adolescentes, com prioridades aos filhos sadios de hansenianos.

O “II Festival de Teatro Infantil – Brinque, Lendas Brasileiras” dá sequência aos festivais promovidos pela Montenegro Produções. No ano de 2013, o Brinque, em sua primeira edição, apresentou para as crianças oito peças de leituras já consagradas. Já, em 2014, foi a vez da magia e encanto das narrativas de contos de fadas no festival “Era uma vez…eram duas, eram três”, com seis peças de contos clássicos conhecidos. A ideia dos festivais é contribuir para a formação de jovens plateias e incentivar o desenvolvimento da sensibilidade e criatividade por meio do contato com a linguagem artístico-musical. O Brinque pretende voltar às atenções para o teatro infantil, gerando novas oportunidades, além de democratizar o acesso à cultura para as crianças.
Com tanto acesso a tecnologias na infância, o brincar vêm se perdendo aos poucos, contudo, o Brinque nasceu com a ideia de renovar e fortalecer a formação de plateia do segmento de artes cênicas, levar por meio da música e do teatro, crianças e adultos a viajar na cultura brasileira, vivenciando as histórias do imaginário popular sem depender de recursos tecnológicos utilizando apenas a criatividade e imaginação.

De acordo com Rosy Greca, idealizadora de três adaptações para o “Brinque, Lendas Brasileiras”, o meio tecnológico no qual a infância contemporânea está inserida, deve incluir as nossas raízes culturais, bem como a produção artística em geral e não refutá-las, ignorá-las ou simplesmente aniquilá-las. O grande desafio, portanto, é promover o equilíbrio, o diálogo criativo e salutar entre a tecnologia, as riquezas folclóricas e as manifestações artísticas.
Após “Iara”, a programação dá sequência com a lenda “Boto Cor de Rosa”, nos dias 25 e 26 de abril, “Saci Pererê”, nos dias 30 e 31 de maio, “Negrinho do Pastoreio”, 27 e 28 de junho, “Cabra Cabriola”, 25 e 26 de julho e encerra com “Curupira”, nos dias 29 e 30 de agosto.

Fotos: Divulgação.