Inovação e tecnologia ajudam a vender mais

A forte concorrência e um novo perfil de cliente, muito mais informado e crítico, têm contribuído para mudar também o varejo, que se torna cada vez mais inovador e inteligente no Brasil. Ponto para o comerciante que descobriu que a sua loja tem mais chance de se destacar ao torná-la atraente, funcional e proporcionar ao consumidor uma experiência de compra. Afinal de contas, entender como proporcionar ao cliente uma experiência de compra é fundamental para o sucesso nos negócios.
Uma ‘revolução’ está acontecendo a partir do consumidor. De acordo com especialistas, hoje as pessoas vão às lojas comprar uma roupa, por exemplo, não apenas pelo produto, que pode ser encontrado em vários locais, mas pela experiência que terá naquele ponto de venda. A loja deverá oferecer alguma coisa a mais para atrair o consumidor. E a descoberta desse “algo a mais” acontece quando o empresário começa a praticar o varejo ‘inteligente’.
Segundo Osmar Dalquano Junior, consultor do Sebrae/PR e coordenador estadual de Comércio, Bens e Serviços, o conceito de varejo ‘inteligente’ tem sido bastante usado nos Estados Unidos e percebido pelos empresários que participam das missões técnicas do comércio varejista, promovidas pelo Sebrae/PR e Sistema Fecomércio/PR. São visitas aos principais centros comerciais do Brasil e do mundo, como São Paulo e Nova York, para conhecer o que as empresas-referência no setor estão fazendo de diferente e como lidam com a concorrência. “Temos visto que as empresas têm usado muito a tecnologia para serem mais assertivas no momento da venda do produto ou no momento de criar uma necessidade no cliente de comprar aquele produto.”
Um dos exemplos citados pelo consultor é o uso do marketing sensorial, que consiste em despertar as sensações das pessoas enquanto elas estiverem dentro ou próximo das lojas, apelando para os cinco sentidos: olfato, audição, visão, tato e paladar. “Quando você entra na loja e sente um cheiro gostoso, é uma experiência de compra. A empresa está te pegando pelo marketing olfativo”, comenta Dalquano, que cita outra estratégia usada em lojas de confecções: com a temperatura um pouco mais gelada que o ambiente externo, há chances maior de vender, pois no frio as pessoas compram mais.
As mudanças chegaram ao provador de roupas, que está recebendo uma iluminação mais agradável e um espelho próprio, que deixa o comprador um pouco mais magro. Tudo para que as pessoas tenham motivação para a compra. Há estabelecimentos que estão investindo ainda mais e instalando nos produtos etiquetas chamadas RFID, que transmitem ondas sonoras. Quando o cliente começa a experimentar as roupas que têm essa etiqueta, um dispositivo no provador lê as informações e começa a tocar músicas que têm a ver com o estilo das roupas, como clássico ou rock. “Aquela música te toca de uma maneira que você nem percebe”, comenta o consultor.
As etiquetas RFID começaram a ser usadas de maneira forte nos Estados Unidos e entraram no Brasil recentemente. Além de ferramentas úteis para o marketing sensorial, elas dão agilidade ao empresário, pois transmitem, em tempo real, a informação da venda e a necessidade de reposição do estoque.