O Brasil, com nota 6,7, ficou em segundo lugar em termos de otimismo em uma pesquisa internacional para avaliar os hábitos de poupança e planejamento para a aposentadoria. Entretanto, os brasileiros demostraram estar despreparados para a aposentadoria.
A pesquisa foi feita em 15 países (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Índia, Japão, Polônia, Reino Unido, Turquia e Polônia) pelo grupo global Aegon. A média global de otimismo foi 5,9, considerada baixa pelo critério de avaliação. A liderança ficou com a Índia com 7.
Este foi o quarto ano da pesquisa e marca a segunda participação do Brasil. Foram entrevistadas 16 mil pessoas nos 15 países, sendo 14,4 mil trabalhadores ativos e 1,6 mil aposentados, dos quais mil no Brasil.
O Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria leva em conta aspectos como a responsabilidade pessoal para obter renda na aposentadoria, nível de consciência em relação a esse preparo, formação de poupança, entre outros. O índice varia de zero a dez. Até a nota seis, significa um preparo fraco para a aposentadoria; entre seis e oito, preparo médio; e de oito a dez, alto preparo.
O superintendente de Projetos Estratégicos da Mongeral Aegon no Brasil, Leandro Palmeira, informou que dos países que integram o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil e a Índia tiveram as notas mais elevadas, embora elas não reflitam ainda um preparo alto para aposentadoria.
Por serem economias emergentes, os dois países têm fatores em comum, como sistemas de Previdência pública “bem desenvolvidos, generosos e de inclusão social”. No Brasil, Palmeira destacou, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que abrange grande número de indivíduos de diversas faixas de renda recebendo pensões do sistema público. Por isso, boa parte do índice é influenciada pela percepção que as pessoas têm da cobertura que é garantida pela seguridade social.
“O que isso gera de preocupação é que a condição que a gente tem hoje no sistema público de benefícios de Previdência não é sustentável no longo prazo. Existe um sinal amarelo com essa situação, que pode não se sustentar no futuro”, argumentou Palmeira. Ele lembrou que quando os dados foram coletados, em fevereiro, o país não estava passando pela atual crise, nem havia sido anunciado o ajuste fiscal, que poderá resultar em mudanças na área da Previdência Social.