Começa desova de tartarugas marinhas nas praias do Brasil

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A temporada de desova de tartarugas marinhas no Brasil começou em setembro, com a chegada ao litoral brasileiro das fêmeas reprodutoras das tartarugas cabeçuda e oliva e, em seguida, das tartarugas de couro, e se estenderá até março de 2016, quando todos filhotes terão nascido.
As últimas tartarugas a chegar às praias são a tartaruga pente, em dezembro, e a tartaruga verde, em janeiro. A postura dos ovos ocorre nas praias dos estados da Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio de Janeiro e, a partir de janeiro, em Fernando de Noronha.
Monitorado por oceanógrafos, o Projeto Tamar em o apoio de mais de 500 pescadores-tartarugueiros nos cinco estados, além de veterinários e voluntários, informou o coordenador nacional do Projeto Tamar, oceanógrafo Guy Marcovaldi.
Em média, os filhotes das tartarugas começam a nascer dois meses após a desova, que costuma ocorrer no período de dois a três meses. “A partir de novembro, começam a nascer os primeiros filhotes”, informou Marcovaldi.
Ele destacou que a preparação para a desova e o nascimento dos filhotes é uma repetição dos últimos 33 anos. “Existe um exército de pessoas nas praias trabalhando para que as tartarugas tenham sucesso não só em termos de segurança, mas de pesquisa científica”.
Segundo o coordenador do Projeto Tamar, a parte de segurança melhorou muito. “O roubo de desova e a matança de fêmeas praticamente não existe mais. Mas nós temos que continuar trabalhando com a estatística do que acontece, as tendências que ocorrem no Brasil inteiro”, destacou.
O importante, disse Guy Marcovaldi, é que existe uma população maior de tartarugas desovando do que há cinco anos. A nova geração de tartarugas fêmeas reprodutoras, protegidas nos últimos 30 anos, “que ficaram adultas, começaram a casar e ter filhos”, é estimada em 21 mil animais.
Como elas passam dois anos sem desovar, comendo para formar os ovos, depois saem da área de alimentação para a área de reprodução nas praias, para pôr os novos ovos. O processo de desova abrange 7 mil tartarugas por ano, disse o oceanógrafo.
A pesquisa de campo é feita por amostragem. O Projeto Tamar elege trechos das praias, onde é feito o acompanhamento, e depois transfere os dados para o restante do litoral.