Febre alta repentina seguida por dores musculares e de cabeça são sintomas conhecidos que apontam para uma indesejada gripe. Entretanto, estes mesmos sinais podem ser causados pela dengue. Desta forma, a pessoa afetada pode não dar a devida atenção ao problema e permitir o avanço da doença. “Na dúvida é importante procurar um serviço médico, porque as duas doenças são potencialmente graves e merecem cuidados”, diz a infectologista Mirian Tomoko Carvalho, do Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR).
De acordo com Mirian, a tosse é um dos principais sintomas que diferenciam as duas doenças e, na maioria dos casos, pode revelar que a pessoa está gripada. Mesmo assim, devido aos numerosos casos da dengue no Paraná, é indispensável consultar um médico sempre que forem registrados sinais como vômitos frequentes, dor abdominal intensa e contínua, desconforto respiratório, sonolência, temperatura corporal abaixo do normal (35ºC) e sangramentos digestivos, nasais ou menstruais prolongados fora do normal.
“A rapidez no tratamento é essencial para evitar que a doença evolua para a dengue hemorrágica, que também causa insuficiência circulatória e choque, representando um quadro grave que pode, inclusive, levar a óbito”, alerta a infectologista.
Prevenção
Segundo a infectologista Mirian Tomoko Carvalho, em locais onde a epidemia da dengue já está instalada, deve-se implementar medidas para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti e aumentar o esforço para eliminação dos locais de reprodução do inseto. “Os meios mais utilizados para evitar o contágio são o uso de repelentes, principalmente ao amanhecer e ao final da tarde, mosquiteiros cobrindo as camas e locais de repouso e telas nas janelas e portas”, ensina.
Para eliminar os locais de reprodução dos mosquitos, Mirian explica que é preciso tampar depósitos de água, remover o lixo, fazer controle químico com larvicidas, que são utilizados pelos agentes de controle da dengue, além da limpeza dos recipientes de água, como aqueles utilizados em vasos de flores, por exemplo.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), desde agosto de 2012 até o dia 29 de abril já são 31.916 casos da doença, sendo que 142 evoluíram para a forma grave – dengue hemorrágica ou dengue com complicações. Destes casos graves, 77 são de Foz do Iguaçu, contudo não houve nenhuma morte pela doença no município. Nesta semana, a cidade de Foz também atingiu incidência epidêmica, com a confirmação de 895 casos. Somente em 2013, o Paraná contabiliza 13 mortes por dengue. As regiões mais atingidas são o Norte e o Noroeste do Estado.