Uma em cada quatro pessoas morre no mundo por consequências relacionadas à trombose segundo informações da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH). Caracterizada pela formação de coágulos que bloqueiam a passagem sanguínea no interior das veias profundas, quando não tratada, a Trombose Venosa Profunda (TVP) pode trazer sérias complicações, como úlceras de perna, embolia pulmonar e até mesmo levar ao óbito.
Apesar de ser mais comum em pessoas com mais de 40 anos, a TVP tem sido um problema cada vez mais recorrente em jovens e adultos entre 25 a 35 anos, principalmente por estarem expostos aos fatores de risco que desencadeiam o processo da doença. Alguns sintomas funcionais são o inchaço nos tornozelos, dor, sensação de cansaço e peso nas pernas, principalmente no final do dia. O diagnóstico pode ser feito por meio de uma ecografia vascular (ou ecodoppler).
Entre as principais causas da trombose estão:
1 – Obesidade
2 – Falta de exercícios físicos
3 – Tabagismo
4 – Uso de anticoncepcional
5 – Histórico familiar
6 – Gravidez
7 – Colesterol alto
8 – Diabetes
9 – Pressão alta
“Alguns desses fatores, quando associados, aumentam ainda mais os riscos da doença”, explica o especialista em angiologia, cirurgia vascular e endovascular, José Fernando Macedo, do Instituto de Angiologia e Cirurgia Vascular de Curitiba (IACVC). Uma das complicações da trombose é a síndrome pós-trombótica, que pode levar ao aparecimento de úlceras na perna, ferida que aparece normalmente na parte inferior do membro e demora meses para cicatrizar. Além do elevado custo de tratamento – devido à demora em cicatrizar –, a úlcera pode ser a porta de entrada de bactérias. Quando não diagnosticada, a trombose pode levar a outra séria complicação, a embolia pulmonar, que ocorre quando a fragmentação dos coágulos migra ao pulmão, podendo levar a pessoa a óbito.
Prevenção
Para evitar a trombose, são essenciais hábitos e cuidados que previnam problemas vasculares. “É imprescindível ter hábitos saudáveis, como a alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos. Além disso, é importante exercitar os músculos da panturrilha quando se passa muito tempo sentado, evitar o tabagismo, controlar a pressão arterial e usar meias elásticas que auxiliam o retorno venoso”, ressalta Macedo.
Tratamento
A TVP é mais comum nos membros inferiores, sendo, em 90% dos casos na perna esquerda e em 10% deles nos membros superiores, pelves, cavidade abdominal, torácica, cabeça e pescoço. Além de orientações e do uso de meias elásticas, o principal tratamento é feito com medicações anticoagulantes. Ao contrário do que era feito antigamente, hoje, na maioria dos casos, não é necessária a internação do paciente. Dependendo dos sintomas, é possível fazer o tratamento ambulatorial com o uso moderado de anticoagulantes orais. O tempo de tratamento varia de 3 a 6 meses. Nas situações mais raras, pode ser necessário que o paciente tome medicações para o resto da vida.
