Desde o final do ano passado, a grande rentabilidade e valorização das criptomoedas chamaram a atenção de investidores e órgãos governamentais em todo o mundo. O Brasil não foi exceção. Por aqui, tanto o Banco Central quanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiram alertas acerca do risco especulativo das moedas digitais.
Quando o Bitcoin teve valorização gritante, no ano passado, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avaliou o mais novo fenômeno do mundo financeiro como uma “bolha” ou “pirâmide” financeira. Isso porque a especulação é muito alta, o sistema não é regulado por autoridades e o risco fica todo com o investidor. Para o BC, “a compra e a guarda das denominadas moedas virtuais com finalidade especulativa estão sujeitas a riscos imponderáveis, incluindo […] a possibilidade de perda de todo o capital investido”.
Responsável pela regulação dos mercados no Brasil, a CVM proibiu que fundos de investimentos investissem em qualquer criptomoeda. Para a autarquia, tanto no Brasil quanto em outras jurisdições ainda tem se discutido a natureza jurídica e econômica dessas modalidades de investimento. Segundo comunicado, ainda há muitos riscos associados à segurança cibernética, custódia ou à futura legalidade das operações nesse ramo.
É mesmo uma moeda?
A falta de regulação do Bitcoin e outras moedas digitais é uma preocupação em todo o mundo, não só no Brasil. Autoridades monetárias e fóruns ainda discutem como lidar com essa nova realidade. Para o Banco Central Europeu (BCE), criptomoedas não podem ser consideradas moedas, pois não possuem lastro (garantias), não são aceitas de forma geral como pagamento, são altamente voláteis e vulneráveis a ataques.
Em dezembro, a ex-presidente do BC americano, Janet Yellen, alertou para a alta especulação em cima da moeda e para o fato de ela não possuir valor de compra ou garantias, segundo agências internacionais.