Ultimamente o plenário da Câmara Municipal de Curitiba tornou-se um ringue em que os embates mais calorosos ocorrem entre a bancada do PT e dos vereadores da bancada evangélica. Conflitos ideológicos vêm pautando os dois grupos. O PT articulou para pastores não utilizarem a tribuna para falar sobre a Marcha de Jesus e os evangélicos não concordam com a defesa dos parlamentares petistas em relação ao casamento gay.
A resposta
O estopim para os evangélicos foi a suspensão da sessão para conceder título de cidadão honorário ao pastor Marcelo Bigardi. Em resposta, dos 11 parlamentares evangélicos, 09 deixaram o plenário na sessão proposta pela petista Professora Josete, intitulada “Dia de Luta Contra a Homofobia”. Ela se indignou e aproveitou a oportunidade para criticar os colegas.”Também é preciso ressaltar que a violência nem sempre é física ou verbal, mas ainda assim pode se manifestar em uma atitude de levantar-se, virar as costas e não ouvir”, disse.
Antidemocrático
Já o vereador e pastor Valdemir Soares (PRB) declarou que a bancada evangélica não deixou o plenário por causa do tema da sessão proposta pela parlamentar Professora Josete. Segundo ele, o que motivou foi a atitude antidemocrática da Casa de interromper a discussão sobre a concessão do título ao pastor.
Insatisfação
O conflito entre PT e evangélicos vai mais além. A postura dos petistas na casa legislativa começa a não agradar vários vereadores, que discordam da permanência do parlamentar Pedro Paulo na liderança do prefeito. Há quem diga que o atual líder não defende o prefeito Gustavo Fruet como deveria. Segundo alguns parlamentares, ele não veste a camisa da administração municipal.
Jogo duro
O que os vereadores do PT devem considerar é que a bancada dos evangélicos tem bastante peso no parlamento municipal. Enquanto o partido tem somente três parlamentares, os evangélicos totalizam onze, podendo engrossar a oposição e criar dificuldades para administração do prefeito Gustavo Fruet (PDT), aliado do PT.