Vacinação de adultos vai além da proteção contra Influenza

Quando se fala em vacinação em adultos, a primeira coisa que costuma vir a cabeça é a vacina contra a Influenza. No entanto, ela não é a única recomendada para quem tem entre 20 e 59 anos. No calendário de vacinação para adultos elaborado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) há outras 12.

“Depois de adulto, é comum que a gente acabe descuidando da vacinação. Mas, nessa fase da vida, a atenção à imunização continua a ser essencial. Por meio das vacinas, é possível evitar que você seja contaminado por vírus e bactérias que causam doenças graves. Além disso, você evita se tornar um transmissor desses agentes”, comenta o infectologista Jaime Rocha, da Unimed Curitiba.

Rocha destaca a importância do médico na tarefa de conscientizar o paciente adulto sobre a necessidade da vacinação. “É muito difícil que a pessoa vá espontaneamente procurar a vacinação, tem que ter a indicação do médico. Isso porque a maior parte dos pacientes nem sabe da necessidade de se vacinar. Acha que tudo se resolveu na infância. Mas, por exemplo, para algumas vacinas continuarem a garantir proteção efetiva, são necessárias doses de reforço”, diz.

Esse é o caso da vacina que protege contra difteria e tétano, uma das que compõe o calendário de vacinação dos adultos. A recomendação do Ministério da Saúde é que uma dose de reforço do imunizante seja administrada a cada dez anos. E quando não é possível comprovar que a vacina já foi feita? Nesse caso, a ordem é realizar o esquema inicial, composto por três aplicações – com intervalo mínimo de 30 e máximo de 60 dias entre uma vacinação e outra.

Além das doses de reforço, os adultos também devem se preocupar com as vacinas que não receberam quando crianças. Nesse sentido, a prevenção ao HPV e à Febre Amarela merecem atenção especial.

Relativamente nova no mercado, a vacina contra o HPV foi incluída no calendário de vacinação do Ministério da Saúde em 2014. Inicialmente indicada apenas para adolescentes, ela também se mostrou benéfica às mulheres adultas na prevenção ao câncer do colo do útero – segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), estima-se que 16.370 novos casos da doença sejam diagnosticados no Brasil em 2018. No caso dos homens, a vacina pode proteger contra as verrugas genitais, além de conter a disseminação do vírus.

Bem mais antiga, a vacina contra a Febre Amarela ganhou atenção no começo deste ano após o registro de mortes em cidades do Sudeste do país em decorrência doença transmitida pelo mosquito – o que mostrou que a doença pode estar bem mais perto do que imaginávamos. A orientação atual do Ministério da Saúde é que a vacina não necessita de reforço. Para quem vai para áreas de risco e não tem registro da imunização, é indicado tomar a vacina.

Para quem tem mais de 50 anos, ainda são indicadas a vacina contra a Herpes Zoster e as Pneumocócicas. A Zoster é recomendada mesmo para aqueles que já apresentaram quadro de herpes zoster. As Pneumocócicas

São indicadas para prevenir infecções causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, responsável por doenças graves como pneumonia, meningite ou septicemia – que é uma infecção generalizada do organismo.

Vacina também é coisa de adulto

Confira as vacinas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações para os adultos:

Hepatite B, Difteria e Tétano, Febre Amarela, Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) – Disponíveis na rede particular e no SUS para os adultos.

Hepatite A, Influenza, HPV, Tríplice Bacteriana (difteria, tétano e coqueluche), Varicela, Meningocócica B, Meningocócica Conjugada ACWY, Pneumocócicas, Herpes Zoster e Dengue (apenas para quem já teve a doença uma vez e mora em áreas de risco) – Disponíveis apenas na rede particular para adultos entre 20 e 59 anos.