Conhecido mundialmente desde a década de 90, outubro é o mês de relembrar o combate ao tipo de câncer mais comum, no mundo e no Brasil, entre as mulheres: o de mama. O movimento Outubro Rosa é celebrado anualmente com o objetivo de compartilhar informações sobre a doença e promover a conscientização, bem como a importância da prevenção.
A doença é causada pela multiplicação de células anormais na mama, formando um tumor, e não tem apenas uma causa. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, são diversos fatores que podem aumentar o risco de uma mulher desenvolver a doença, desde fatores ambientais e corporais como a obesidade, o sobrepeso e o sedentarismo, até fatores genéticos, hereditários e da história reprodutiva e hormonal da mulher.
Segundo o INCA, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. E é aqui que entra em cena a importância da prática de atividades físicas de forma regular, aliada a alimentação saudável e a hábitos como o de evitar consumir bebidas alcoólicas.
De acordo com a professora da Companhia Athletica Curitiba, Cíntia do Amaral Dezordi, mulheres que têm entre 51 e 69 anos possuem alta probabilidade de desenvolver o câncer de mama devido a uma série de mudanças físicas e fisiológicas que acontecem nessa faixa etária no corpo da mulher. “Entre elas podemos citar: a redução da produção de alguns hormônios (progesterona e estrogênio, principalmente), a probabilidade do acúmulo de gordura, a diminuição da taxa metabólica basal (esforço do metabolismo em repouso) e o aumento de peso. E o que a mulher pode fazer para ajudar esses fatores a se manter é praticar exercícios físicos regularmente, evitando o sedentarismo e consequentemente, o aumento de peso, o acúmulo de gordura e a diminuição do metabolismo em repouso”, explica. “São eles que deixarão o sistema imunológico mais forte ao risco de doenças”, ressalta.
Segundo a professora, a vida fisicamente ativa é extremamente benéfica. “Ela diminui as chances da pessoa desenvolver doenças. Pode existir o fator genético, porém, quando o indivíduo possui um estilo de vida saudável o percentual deste fator também é reduzido”, afirma.
Quem já adquiriu a doença também pode usufruir dos benefícios da prática física. Durante o tratamento, pesquisas científicas apontam que os exercícios melhoram o funcionamento do corpo, diminuem a sensação de fadiga causada pela quimioterapia, diminuem a ansiedade e aumentam a autoestima. Além disso, também ajudam a manter a composição corporal adequada, diminuindo a perda de massa muscular e mantendo o coração em bom funcionamento. “Nessa fase, os exercícios são uma excelente alternativa para buscar a redução das dores e de alguns efeitos colaterais causados pelo tratamento”, comenta a professora.
Após o tratamento, depois de ter passado por tantas dificuldades e mudanças, o esporte se torna um aliado na recuperação não só do corpo, mas também da autoconfiança. “Essa é outra fase que o exercício físico é primordial para a manutenção do peso, a melhora do sistema imunológico, o aumento da autoestima e, principalmente, da diminuição da recorrência do câncer”, explica. É importante lembrar, também, que a prática física deve sempre ser realizada com o acompanhamento de um bom profissional de Educação Física além do acompanhamento médico.