O crescimento no setor industrial e de serviços e a retração do comércio de fim de ano desenham o cenário do mercado de trabalho em Curitiba e Região Metropolitana. Uma análise de dados do Ministério do Trabalho sobre o movimento do mercado de trabalho na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) mostra criação de novos postos de trabalho em quase todos os grupos da população em janeiro de 2019, seguindo a tendência de crescimento registrada em 2018. Os resultados estão detalhados em um boletim elaborado pelo curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
O perfil que mais ganhou durante o período foi o de homens jovens com Ensino Médio. Segundo o levantamento, em janeiro deste ano, 3.331 vagas de emprego foram ocupadas por homens na Região Metropolitana de Curitiba, 2.817 vagas por pessoas com até 24 anos e 3.134 postos de trabalho para pessoas com Ensino Médio completo ou incompleto.
Escolaridade
Por outro lado, a geração de emprego teve saldo positivo para todos os níveis de escolaridade. O crescimento é significativo especialmente para os trabalhadores com Ensino Fundamental, que observaram saldo negativo em janeiro de 2018, mas crescimento em 2019.
Crescimento
Os aumentos representam uma tendência de melhoria na empregabilidade em Curitiba e Região Metropolitana: o mês de janeiro de 2019 observou o segundo melhor saldo desde janeiro de 2017, somente atrás de janeiro de 2018. “Esse crescimento ocorreu devido principalmente à indústria, construção civil e serviços empresariais, que geraram a maior parte dos postos de trabalho no período”, explica Jackson Bittencourt, Coordenador do Curso de Economia da Escola de Negócios da PUC-PR.
Em janeiro, 68% dos novos empregos foram na indústria, seguido de serviços empresariais e construção civil. Os maiores ganhos foram para os trabalhadores da “Produção de Bens e Serviços Industriais”, com 3.207 novos postos de trabalho, um crescimento de 28,5% em relação a janeiro de 2018. Nesse grupo, a RMC representou 48% do saldo do Paraná.
O crescimento na indústria e na construção civil se destacam por demonstrarem uma retomada da empregabilidade dos setores. Entretanto, o aumento dos postos de trabalho no chão de fábrica não reflete nos cargos de direção: “Membros Superiores, Dirigentes e Gerentes” perderam 112 postos na RMC, repetindo a mesma tendência de janeiro de 2018, quando houve uma queda de 98 postos de trabalho. Neste grupo, a RMC tem 36% das perdas no Paraná.
Quedas também foram observadas entre “Vendedores e Demonstradores em Lojas ou Mercados”, que perderam 964 postos de trabalho em janeiro, e “Caixas e Bilheteiros”, que tiveram queda de 325 postos.
“Os grupos tiveram o pior desempenho no período, mas as quedas tratam-se de um movimento típico de início de ano, quando os vendedores e caixas de lojas são dispensados após o movimento trazido pelas festas de final de ano”, conclui Jackson.
Homens vs. Mulheres
As mulheres não acompanham esse perfil: em 2018 o número de homens empregados foi mais que o dobro de mulheres. Foram 12.787 postos de trabalho ocupados por homens contra 5.612 ocupados por mulheres entre janeiro e dezembro de 2018.
A diferença diminuiu em janeiro de 2019, mas os homens continuam ocupando mais postos de trabalho: 3.331 homens contra 1.843 mulheres empregados no período representando uma diferença de 80,7%. No mesmo período em 2018, a diferença foi de 83,5%.