O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, rebateu as avaliações sobre uma possível rivalidade entre a Aliança do Pacífico, formada pelo Chile, pela Colômbia, pelo Peru e o México, e o Mercosul, cujos membros são o Brasil, a Argentina, o Uruguai, a Venezuela e o Paraguai, que está suspenso temporariamente do bloco.
“[Essas iniciativas] não devem ser vistas como ameaça para a integração de países da região”, disse Patriota, ao participar de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Ele ressaltou que o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), formada por 15 países latino-americanos, têm a seu favor o “potencial da integração física”.
Estudo elaborado por diplomatas que acompanham o assunto mostra que o Brasil tem isenção total ou reduções significativas de tarifas com três dos quatro países da Aliança do Pacífico, em níveis semelhantes aos que os membros do grupo têm entre si. A exceção é o México. “Na medida em que esses países tenham êxito no desenvolvimento econômico e social, isso só nos trará vantagens”, disse Patriota.
No ano passado, o Brasil vendeu para os quatro países que compõem a Aliança do Pacífico um total superior a mais de US$ 13 bilhões. Para os quatro países, os principais produtos comercializados são alimentos, petróleo bruto, automóveis e motores. Segundo diplomatas, a Aliança do Pacífico é uma nova versão de agrupamentos anteriores, como o G3 (México, Venezuela e Colômbia) e a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) alinhados aos Estados Unidos.