Depois de consolidar as Escolas de Direito, Comunicação, Educação e Humanidades, Negócios e Saúde, com o reconhecimento do MEC e do mercado de trabalho, a UniBrasil dá mais um grande passo, com a inauguração da Escola de Engenharia. O primeiro curso, de graduação em Engenharia de Produção, está sendo ofertado em Curitiba para o segundo semestre deste ano. Outros cursos, como Engenharia Civil e Engenharia Mecânica, já estão em processo de aprovação do MEC. De acordo com o professor Mauro José Kummer, que integra o corpo docente do curso, o surgimento da Escola de Engenharia vai de encontro à necessidade brasileira. “A demanda por mão de obra no Brasil requer profissionais de diversas áreas do conhecimento. A engenharia é um dos setores mais carentes, por isso temos o objetivo de equilibrar essa questão”, explica.
O Censo realizado pelo MEC, divulgado em abril, mostrou que, pela primeira vez, o número de calouros de engenharia ultrapassou o de direito, ficando atrás apenas de administração.
Em 2006, foram 95 mil ingressos na área, o que representava aproximadamente 5% do total de calouros brasileiros. Depois de cinco anos, o número cresceu significativamente: foram 227 mil estudantes ou 10% do total. Apesar disso, a escassez de mão de obra ainda afeta tanto a iniciativa privada, quanto o setor público: um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), mostrou que, em 2011, das 399 prefeituras paranaenses, 169 não apresentavam um engenheiro sequer para realizar projetos.
Para Kummer, a busca por engenheiros se intensificou nos últimos anos, devido à evolução econômica brasileira. “Na medida em que a economia avança, percebe-se que a formação tecnológica de qualidade não está conseguindo acompanhar – o que tem gerado um gargalo de educação técnica”, avalia. A opinião é corroborada pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), que estima que, até 2017, o Brasil vai precisar de 300 mil novos profissionais – atualmente, formam-se cerca de 40 mil por ano. Segundo dados do MEC, o Brasil precisaria anualmente de 60 mil novos especialistas. “Considerando uma média otimista de 20 formandos por turma, há um déficit de pelo menos mil turmas de engenharia no país, o que faz com que as organizações busquem esta mão de obra no exterior”, revela Kummer.
Nascido na Malásia, o engenheiro mecânico Mahendran Arumugam, de 37 anos, atua em uma multinacional da área de petróleo e gás. Ele chegou ao Brasil em outubro do ano passado, oriundo da Escócia, para uma experiência de um ano no setor de engenharia submarina. “Não vim para o Brasil para treinar profissionais, mas há uma grande troca de experiências e conhecimento com os brasileiros”, relata. Sobre o mercado de trabalho brasileiro, Arumugam percebe um potencial muito grande, especialmente em seu campo de atuação. “O potencial é muito grande. A Petrobras é uma gigante e está explorando vários campos, especialmente na região do Rio de Janeiro. Mas o país precisa se desenvolver para dar conta dessa demanda”, diz. A Intertechne, empresa que atua em consultorias e projetos de engenharia, dobrou o número de colaboradores estrangeiros em seu quadro funcional de 2010 até o momento. O total de engenheiros de fora do país saltou de 7 para 14 profissionais, atingindo 3,5% do total de colaboradores da companhia.
Importação de profissionais – Assim como Arumugam e a Intertechne, outros profissionais e empresas perceberam a demanda reprimida do país, não só em engenharia como em outros setores especializados. Por esse motivo, a emissão de vistos para estrangeiros atuarem no Brasil está aumentando. Segundo a Coordenação Geral de Imigração, vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), foram 55,4 mil autorizações em 2010; em 2011, o índice saltou para 69 mil. Em 2012, só o Paraná “importou” 1.494 profissionais, um crescimento de 42% em comparação a 2011. Neste ano, empresas do estado já obtiveram vistos para 435 profissionais estrangeiros no primeiro trimestre, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. As nacionalidades mais comuns em terras paranaenses são de japoneses, alemães e americanos.