Em português, em inglês, em latim ou em que idioma for, o mesmo sentido para a palavra. O sentido de aglutinar, de unir interesses, de ser o ponto para onde tudo converge, de ser a sede principal, de ser o local onde é mais intensa alguma atividade.
Centro. Center, Centrum, que quando se une ou se casa com o nome da nossa cidade deixa de ter apenas alguns sentidos, torna-se Centro de Curitiba e passa a ser e nos dar muito mais.
Na Praça Tiradentes ele é maternidade. É o berço da cidade que nasceu Vila de Nossa Senhora da Luz e bom Jesus dos Pinhais, em 29 de março de 1693, tendo como parteiro Mateus Martins Leme.
Na Rua XV ele é o poeta que inova, que escuta e conta histórias. É o cidadão do interior que anda tranquilo, o empresário que busca o sucesso, o vendedor, o engraxate. Na Praça Santos Andrade, ele é o senhor sentado no banco da praça, o estudante que toma sol nas escadarias da Universidade Federal do Paraná, o professor que sai para outra aula na Reitoria.
No Palácio Avenida, ele é a nossa esperança por um ano e um mundo melhor a cada vez que vemos aquelas crianças cantarem e o brilho dos enfeites de natal.
Na Rua Barão do Rio Branco, ele ainda é a Curitiba que viu o progresso chegar com a construção da estrada de Ferro que unia Curitiba a Paranaguá.
Na Boca Maldita ele é a ágora, a Praça Grega onde os homens da pólis curitibana debate, filosofam, sofismam, conversam, discutem e assistem às belas curitibanas passarem. No Teatro Guaíra ele é o palco para a nossa cultura, nossa sabedoria, nossa criatividade.
Em cada uma de suas ruas, de seus prédios históricos, de seus passantes, de seus viajantes, o centro é um pouco de cada um de nós. É o reflexo e o eco de nossos sonhos, de nossas lutas, de nossas conquistas, do nosso jeito de ser: curitibano.
Eduardo Fenianos, jornalista e advogado também conhecido como urbenauta, é autor de 61 livros, sendo 35 deles sobre a cidade de Curitiba e seus bairros.