De cada oito homens de todo o mundo, um deles poderá ter um câncer de próstata. O dado, divulgado pela Sociedade Brasileira de Urologia, demonstra a necessidade e importância da realização de exames preventivos – toque retal e PSA – para detectar a doença, que na fase inicial, não apresenta qualquer sintoma. A afirmação é do médico urologista Thadeu Brenny Filho, que atua no Hospital de Clínicas da UFPR há 12 anos.
Segundo ele, quando o câncer de próstata é detectado no início, as chances de interromper a evolução da doença são altas. Com tratamento adequado para cada estágio da doença quando ela se apresenta a nós, 50% dos pacientes ficam curados; 35% mantém a doença estável; e 5% tem uma evolução agressiva, acelerada. Os tratamentos podem ser por cirurgia, radioterapia e quimioterapia e em alguns casos, combinam-se estes, com o intuito de evitar e controlar a progressão da neoplasia.
O médico da UFPR, que também atua como professor convidado da disciplina de Urologia, explica que o atendimento feito pelos postos de saúde da rede pública tem contribuído muito para detecção precoce da doença.
O professor, que orienta seis residentes do Ambulatório de Urologia do HC (SAM 7), juntamente com os demais professores do Serviço, ressalta que os dois exames são necessários pois eles se complementam, já que o toque retal sugere 80% da presença da doença. Se a somatória dos exames indicarem 100% de chances do paciente ter o câncer de próstata, ele é encaminhado a uma biópsia. Thadeu Filho ressalta que do total de exames realizados pelo menos 10% dos pacientes são indicados a realizar uma biópsia.
Thadeu Filho credita às mulheres o aumento no número de homens que estão se submetendo aos exames preventivos – toque retal e PSA. A explicação é o fato de o público feminino estar mais consciente da importância e dos benefícios de se fazer os exames, pois a grande maioria faz, anualmente, os preventivos de colo do útero.
Com este incentivo dado pelas mulheres, somado às campanhas de conscientização realizadas nos últimos 10 anos nos meios de comunicação, aos poucos o preconceito com relação ao exame de toque retal, vem sendo reduzido. Prova disto é que 80% dos pacientes atendidos informam já terem feito o preventivo anteriormente.
De acordo com o urologista, os homens com idade superior a 50 anos, devem fazer os preventivos anualmente. Caso tenham histórico familiar da doença, os exames devem ser realizados, também anualmente, só que, a partir dos 45 anos.