Morte de idosos por covid retira R$ 3,8 bilhões da economia

A morte de pessoas com 60 anos ou mais retirou R$ 3,8 bilhões de circulação da Economia. Até abril, foram 301 mil vítimas da covid-19 constatadas dentro dessa faixa etária.

A estimativa é do Valor Econômico e foi avalizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O levantamento usou mortes listadas na CRC (Central de Informações do Registro Civil), e informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2019.

À época, a faixa etária dos que tem 60 anos ou mais tinha rendimento total médio de R$ 2.249 –equivalente a 1,3% do rendimento total da população em todo o ano de 2019, ou R$ 294,4 bilhões. Segundo o instituto, em 25,4 milhões de domicílios no país vivem idosos, dos quais 15,4 milhões, mais de 50% da renda vêm do idoso.

“Em muitos casos, quando o idoso morre, a família entra na pobreza”, declara ao jornal a economista do Ipea Ana Amélia Camarano, especializada na 3ª idade. “No Brasil, ainda se entende a Previdência Social como gasto e não como elemento estrutural do Estado de bem-estar social”, afirma.

Segundo Ana Amélia, quando morre um idoso do qual uma família depende, o impacto médio é de uma redução de 48,4% na renda per capita dos familiares remanescentes, que cai de R$ 1.475,6 para R$ 760,4. Quando comparado com a morte de um adulto, por morte ou desemprego, a queda é menor, de 43,7% para os remanescentes da mesma família.