5 mudanças que a pandemia causou na indústria do entretenimento

Praticamente não existe setor da sociedade que não tenha sido tocado de forma profunda pela pandemia do novo coronavírus. O setor de entretenimento foi um dos mais atingidos, com o fechamento de salas, eventos públicos e atrações mudando a forma como lançamentos e divulgações são realizadas, assim como o moinho do dinheiro entrando nas contas dos estúdios. Movimentos rápidos, alterações de planos e uma aceleração de iniciativas digitais se tornaram essenciais e, para o mercado, permanentes.

Entre atrasos nos lançamentos de grandes filmes, blockbusters com ingresso adicional em plataformas de streaming ou um interesse maior de franquias esportivas pelas transmissões online, a busca era primeiro pela compensação. Depois, ficou percebido que o movimento, na verdade, era inevitável e, da mesma forma que aconteceu com os regimes híbridos de trabalho ou o maior cuidado com a higiene e a saúde coletiva, a pandemia gerou mais uma aceleração do que uma inovação.

Com a redescoberta de caminhos que já estavam firmados ou a pavimentação de estradas que, antes, muita gente achava serem de terra, as mudanças vieram para ficar. Ainda que esse movimento esteja em pleno andamento, porém, já dá para apontar cinco maneiras pelas quais a indústria de entretenimento foi permanentemente modificada pela pandemia.

5. Esperando menos

O fechamento dos cinemas não levou a uma baixa no fluxo de lançamentos, pelo contrário. Mais do que nunca, as pessoas, isoladas em casa e cuidando da própria saúde enquanto evitam a disseminação do coronavírus, buscaram formas de se manterem entretidas. O aumento no consumo de plataformas de streaming foi explosivo — só a Netflix, por exemplo, ganhou 26 milhões de assinantes no primeiro semestre de 2020 — e comprovador de que o público queria consumir entretenimento.

Entretanto, em 2020, muitas das produções em andamento tinham o cinema como foco e, para os estúdios, não se tratava apenas de mudar a tela de lançamento. Entre questões de custos, divulgação e polêmicas com cineastas, a Disney surgiu com uma alternativa, atrelando a chegada de grandes filmes a uma espécie de “ingresso virtual”, além do pagamento da própria assinatura do serviço de streaming. No Brasil, por exemplo, quem quiser assistir a Cruella ou Viúva Negra, terá de desembolsar R$ 69,90.

Não foi uma alternativa muito bem vista, enquanto outras caíram bem melhor aos olhos do público. Godzilla Vs. Kong, um dos primeiros blockbusters a estrearem nas salas internacionais após a reabertura, fez US$ 425 milhões em bilheteria enquanto também liderava os índices de audiência do HBO Max. Para os estúdios, aparentemente, ficou claro que o futuro é de sinergia.

O resultado foram mudanças nos calendários de praticamente todos os grandes estúdios. Eles, em uníssono, concordam que o cinema não está morto, como alegam alguns emocionados do mercado de streaming, mas, ao mesmo tempo, acreditam que o consumo doméstico se tornou uma alternativa viável para os negócios e mais interessante para o público. A Warner Bros anunciou que todos os seus lançamentos chegarão ao HBO Max 45 dias após a estreia nos cinemas, enquanto a Paramount e a Universal terão períodos ainda menores, de 30 e 17 dias, respectivamente.

A mudança anterior também é um reflexo direto do próprio consumo, principalmente no campo das séries. Na pandemia, sucessos absolutos como O Gambito da RainhaTed Lasso e The Crown serviram para ampliar ainda mais um movimento de subida que já era vertiginoso, tanto em termos de audiência e número de assinantes quanto com grandes nomes de Hollywood olhando o streaming com mais carinho.

Se restava alguma dúvida, a pandemia acabou com ela. A sensação geral é de que os grandes estúdios não precisam mais controlar orçamentos e divulgação quando se fala em produtos focados no streaming, capazes de entregar o mesmo grau de interesse e faturamento que as produções de TV aberta ou cinema. Para os atores e cineastas, também, é a oportunidade de entrar na casa das pessoas e permitir que elas consumam suas obras no momento mais pertinente.

Existem, claro, vozes contrárias a essa digitalização, com Christopher Nolan, de Tenet, sendo uma das mais fortes. Ao mesmo tempo, do outro lado estão os relatórios financeiros, que indicam o sucesso das empreitadas em streaming e um aumento no consumo de entretenimento durante a pandemia. Não é difícil imaginar quem fala mais alto aos ouvidos dos investidores e executivos.

3. Mercado internacional

A mudança anterior também é um reflexo direto do próprio consumo, principalmente no campo das séries. Na pandemia, sucessos absolutos como O Gambito da RainhaTed Lasso e The Crown serviram para ampliar ainda mais um movimento de subida que já era vertiginoso, tanto em termos de audiência e número de assinantes quanto com grandes nomes de Hollywood olhando o streaming com mais carinho.

Se restava alguma dúvida, a pandemia acabou com ela. A sensação geral é de que os grandes estúdios não precisam mais controlar orçamentos e divulgação quando se fala em produtos focados no streaming, capazes de entregar o mesmo grau de interesse e faturamento que as produções de TV aberta ou cinema. Para os atores e cineastas, também, é a oportunidade de entrar na casa das pessoas e permitir que elas consumam suas obras no momento mais pertinente.

Existem, claro, vozes contrárias a essa digitalização, com Christopher Nolan, de Tenet, sendo uma das mais fortes. Ao mesmo tempo, do outro lado estão os relatórios financeiros, que indicam o sucesso das empreitadas em streaming e um aumento no consumo de entretenimento durante a pandemia. Não é difícil imaginar quem fala mais alto aos ouvidos dos investidores e executivos.

3. Mercado internacional

Vale a pena lembrar que essa tendência acompanha o próprio mercado cinematográfico, no qual, mesmo em um mundo pré-pandêmico, a China já despontava como maior consumidora. Em 2020, foram US$ 3 bilhões gastos em ingressos pela população do país, um número mais de 30% maior do que o combinado entre Estados Unidos e Canadá. O país asiático também tem mais do que o dobro de salas que os dois países ocidentais e, nos relatórios financeiros, o desempenho na nação é vista como essencial para o sucesso de qualquer blockbuster.

2. Esportes via internet

Vale a pena lembrar que essa tendência acompanha o próprio mercado cinematográfico, no qual, mesmo em um mundo pré-pandêmico, a China já despontava como maior consumidora. Em 2020, foram US$ 3 bilhões gastos em ingressos pela população do país, um número mais de 30% maior do que o combinado entre Estados Unidos e Canadá. O país asiático também tem mais do que o dobro de salas que os dois países ocidentais e, nos relatórios financeiros, o desempenho na nação é vista como essencial para o sucesso de qualquer blockbuster.

2. Esportes via internet

O Brasil já enxerga os reflexos dessa mudança, como a recente chegada do F1TV, serviço de streaming da Fórmula 1, e, mais importante, a transmissão das partidas da Copa Libertadores da América 2021 pelo Facebook. O HBO Max também anunciou que vai passar a transmitir os jogos da Champions League, enquanto no mercado internacional a Amazon também tem licenças da Premier League e da NFL.

Enquanto isso, mesmo os grandes eventos que não aderiram às plataformas digitais veem os números em queda. A mais recente edição do Super Bowl, por exemplo, teve os piores números de audiência desde 2007, enquanto as finais da NBA sofreram uma baixa de 51% no total de espectadores. O movimento aqui, como dito, é mais devagar, mas também soa como inevitável, principalmente quando se leva em conta o investimento de nomes como Comcast e Disney em pacotes focados nos esportes por streaming.

1. Aumento nos gastos

O problema de todas essas mudanças, para os usuários, se dá no bolso. Enquanto em muitos casos as assinaturas de pacotes de entretenimento via internet são citadas como mais baratas do que assinaturas comuns de televisão à cabo, quem quiser ter acesso a todas as iniciativas, o tempo todo, vai desembolsar tanto quanto, senão mais.

No Brasil, por exemplo, quem quiser ter acesso às três principais plataformas de streaming em atividade — Netflix, Amazon Prime Video e Globoplay — vai desembolsar, no mínimo, R$ 52 por mês. Caso sejam adicionados também o Disney+ e o vindouro HBO Max ao pacote, o valor chega a R$ 99 mensais.