Startup diz ter criado tecnologia capaz de ‘matar furacões’

Com as mudanças climáticas, eventos climáticos extremos tendem a se tornar comuns. Com isso, ideias para diminuir os efeitos de alguns desses fenômenos ganham a atenção de investidores. Uma delas é da startup norueguesa OceanTherm, que diz ter uma tecnologia capaz de “matar” furações.

A ideia é relativamente simples, mas bastante ousada, a empresa quer usar bolhas que têm a função de resfriar a temperatura do mar. Isso faria com que o fornecimento de água quente, que é o que “alimenta” os furacões, seja cortado, diminuindo o poder de destruição desses fenômenos.

Para que um furacão tenha um alto poder destrutivo, como foi o caso do Ida, é necessário que as águas estejam a uma temperatura de cerca de 27°C ou mais. Essa temperatura, porém, só é atingida pela superfície do mar, com as águas mais profundas se mantendo bem mais frias.

De acordo com o CEO da startup, Olav Hollingsaeter, o papel das bolhas é de misturar a água mais fria do fundo do mar com a que está mais quente na superfície. Com isso, a temperatura da água que está na superfície do mar diminui, fazendo com que os furacões sejam menos perigosos.

Essa diminuição de temperatura seria possível graças a um sistema que a OceanTherm batizou de “cortina de bolhas”. O sistema envolve navios que baixam vários tubos que são perfurados até o fundo do oceano no caminho do local de origem de uma tempestade.

O objetivo é fazer com que sejam geradas bolhas que elevam as águas mais frias e profundas para a superfície do mar. A empresa também possui um conceito que exclui os navios da equação, com os tubos sendo instalados em um local fixo sob o oceano, para áreas em que os furacões são frequentes.

Possíveis problemas

Apesar de prometer “matar” furacões, o conceito de cortina de bolhas ainda não foi testado em um furacão real, portanto, não se sabe se ele seria realmente capaz de diminuir o potencial de destruição de um deles. Além disso, o impacto ambiental de um sistema deste tipo não foi colocado na conta.

Se você sobe a água do fundo do mar para a superfície, ela não vem sozinha, podendo trazer peixes, algas e outras criaturas marinhas consigo. Isso tem o potencial de bagunçar bastante alguns ecossistemas e necessita de mais estudos.

Porém, isso não desanima Hollingsaeter, que diz ter planos de implementar seu sistema em todo o Golfo do México, que é uma das áreas mais suscetíveis a furacões e tempestades tropicais em todo o planeta. Resta saber se as bolhas serão ou não capazes de matá-los.