Paolo Rondelli é um dos dois capitães regentes eleitos por voto indireto a comandar micro-Estado. Ativistas afirmam que acontecimento é histórico
A República de San Marino, um enclave envolto pela Itália, elegeu na sexta-feira (1º) o primeiro chefe de Estado abertamente homossexual do mundo. Paolo Rondelli é um dos dois capitães regentes, eleitos por voto indireto, que vão presidir o micro-Estado de 34 mil habitantes durante os próximos seis meses, conforme a tradição.
A eleição de Rondelli foi comemorada por ativistas. Marco Tonti, chefe da associação Arcigay em Emilia Romagna, a região italiana em que San Marino está localizada, a saudou como “um acontecimento histórico”.
“É o primeiro chefe de Estado abertamente homossexual e ativista dos direitos da comunidade LGBTQIA+”, afirmou. “Há precedentes entre os chefes de governo e ministros [cargo responsável pela administração de um país], mas é inédito no mundo para um chefe de Estado [cargo do principal representante do país, que nem sempre é o chefe de governo]”.
Vários governos são ou foram dirigidos por personalidades abertamente homossexuais, como Xavier Bettel, premiê de Luxemburgo desde 2013, e a islandesa Johanna Sigurdardottir (2009-2013). Nenhum deles, porém, é ou foi chefe de Estado.
Políticos italianos, como a ministra da Justiça, Marta Cartabia, e a senadora Monica Cirinnà, famosa na península pelo compromisso com os direitos da comunidade LGBTI+, participaram na sexta-feira (1º) da cerimônia de posse de Rondelli e do outro capitão regente eleito. Rondelli é “um homem de imensa cultura e grande experiência diplomática e política. Lutou pelos direitos das mulheres e das pessoas LGBTI+, não só em San Marino”, escreveu Cirinnà no Facebook.