Modelo e influenciador digital fez duas retiradas em dinheiro que totalizaram R$ 4.740. Ceperj informou que Krupp não é funcionário da instituição.
Preso por matar um adolescente atropelado e réu por estelionato, o modelo Bruno Fernandes Moreira Krupp está entre as 27 mil pessoas que receberam valores via cargos secretos da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos, Ceperj.
No fim de julho, Krupp atropelou e matou, na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste, o estudante João Gabriel Cardim, de 16 anos. Também por esse crime, Krupp foi processado e é réu.
O jornal O Globo revelou nesta quarta-feira (31) que Krupp fez duas retiradas em dinheiro que totalizaram R$ 4.740, uma em maio e outra em junho. As informações foram confirmadas pelo g1.
Os saques sem transparência são alvos de investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas.
Em nota, a Ceperj informou que Bruno Fernandes Moreira Krupp “não é funcionário da instituição, já que o contrato assinado com a Fundação diz respeito a uma prestação de serviços, sem qualquer tipo de vínculo empregatício”.
A fundação ressaltou que “todas as contratações estão suspensas e não há pagamentos sendo realizados”. E disse, ainda, que “convênios e contratações da Fundação Ceperj estão sendo apurados, a fim de constatar a regularidade da prestação de serviços e outras eventuais falhas”.
O g1 tenta entrar em contato com a defesa de Bruno Krupp.
Réu por estelionato
Nesta terça-feira (30), a Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público estadual e, com isso, o modelo e o sócio dele, Bruno Monteiro Leite, passaram a ser réus por estelionato. Os dois teriam clonado cartões e praticado golpes contra turistas.
A denúncia foi aceita pela juíza Luciana Fiala de Siqueira Carvalho, da 31ª Vara Criminal do Rio.
O MP, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da Zona Sul e da Barra da Tijuca, entendeu ser possível denunciar a dupla com base nas investigações da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat).
O caso envolveu uma gerente de um hotel na Zona Sul, que na unidade especializada relatou que o cartão de um cliente fora recusado – e o mesmo aconteceu com outros clientes.
Ao conversar com quem teve o cartão recusado, a mulher disse que todos afirmaram que Bruno Krupp oferecia diárias no hotel a preços menores do que no site do estabelecimento.
Para conseguir a hospedagem mais barata, os clientes deviam fazer o pagamento em uma conta em nome de outra pessoa. A fraude, segundo a gerente, foi estimada em R$ 428 mil.
“Ele afirmava que tinha vouchers do Hotel Nacional e vendia as diárias por preço abaixo do mercado. Lesou três pessoas e o hotel em centenas de milhares de reais”, disse o promotor Marcos Kac ao g1, autor da denúncia.
Krupp é réu por morte de adolescente
Kac também denunciou Krupp pela morte do adolescente João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, no dia 30 de julho. O modelo também é réu por esse crime e está preso preventivamente.
O MPRJ sugeriu a conversão da prisão preventiva em medidas cautelares alternativas, mas o juiz negou o relaxamento com base nas investigações que giram em torno de Krupp.
“Embora seja primário, não ostenta condições subjetivas favoráveis, pois, o MP ofereceu denúncia contra ele, por outros supostos estelionatos, e há ainda registro de ocorrência de julho desse ano por suposto crime de estupro”, afirmou o juiz que aceitou a acusação.
Bruno Krupp — Foto: Reprodução
Fonte:https://g1.globo.com/