
Segundo o Ministério da Saúde, doença afeta cerca de 400 crianças por ano no Brasil e corresponde a 3% dos cânceres infantis
Um tipo raro de câncer nos olhos, que em 90% dos casos afeta crianças entre 0 e 5 anos de idade, e que pode levar à cegueira se não for diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada. Assim é o Retinoblastoma, tumor maligno que se desenvolve na retina devido a uma mutação em um gene no cromossomo 13. Em alguns casos pode ser hereditário e afetar os dois olhos ou apenas um. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença atinge cerca de 400 crianças por ano no Brasil e corresponde a 3% dos casos de cânceres infantis. 18 de setembro é o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico precoce do Retinoblastoma.
Entre 60% e 75% dos casos da doença são esporádicos, ou seja, quando uma célula sofre mutação e passa a se multiplicar descontroladamente. Essa forma de retinoblastoma geralmente aparece em crianças com mais de 1 ano de idade. Os demais casos são hereditários e a criança tem uma mutação em um gene supressor de tumor que está presente em todas as células de seu corpo.
Um dos principais sintomas da doença é a leucocoria: reflexo branco na pupila, conhecido como “sinal do olho de gato”. Essa mancha esbranquiçada indica que uma fonte luminosa está incidindo sobre a superfície do tumor e impede a passagem de luz, fazendo com que as vias óticas não se desenvolvem e atrofiem. A leucocoria é notada, muitas vezes, em fotos com flash sobre os olhos ou através da dilatação da pupila com luz artificial. Outros sintomas que podem aparecer são estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações, dor ocular.
“Quando o leucocoria é perceptível é sinal que a doença está em estágio avançado, diminuindo as chances de cura naquele olho. Por isso, o acompanhamento oftalmológico em crianças é imprescindível. Alguns sintomas como sensibilidade à luz (fotofobia) ou estrabismo, por exemplo, podem indicar que a criança tem a doença”, explica o chefe da oftalmologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), Dr. Leon Grupenmacher.
Tipos de retinoblastoma
Unilateral: afeta um olho e representa entre 60% e 75% dos casos. Destes, 85% são da forma esporádica da doença, e os demais são casos hereditários;
Bilateral: afeta os dois olhos, quase sempre é hereditário e costuma ser diagnosticado bem mais cedo que o unilateral;
PNET (tumor neuroectodérmico primitivo) ou retinoblastoma trilateral: ocorre quando um tumor associado se forma nas células nervosas primitivas do cérebro. Esse tipo só atinge crianças com retinoblastoma hereditário bilateral.
Tratamento
Na maioria dos casos, o Retinoblastoma tem cura. Os tumores pequenos podem ser tratados com métodos especiais, como laserterapia e crioterapia, que permitem que a criança continue a enxergar normalmente. Naqueles mais avançados, pode haver a necessidade de retirada do olho (enucleação) e a criança pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia.
“O diagnóstico precoce é importantíssimo, pois possibilita o tratamento adequado e aumenta as possibilidades de preservar a visão e a vida da criança que tenha a doença. Muitos cuidados são essenciais com os olhos das crianças como o Teste do Olho Vermelho na maternidade e as consultas periódicas com o oftalmologista”, afirma Dr. Leon.