Devido principalmente à melhora das expectativas para os próximos meses, a confiança dos empresários da indústria e da construção paranaenses apresentou crescimento em agosto, mas ainda se situa perto da área de pessimismo. É o que revelam o Índice de Confiança do Empresário da Indústria de Transformação do Paraná (ICET-PR) e o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção do Paraná (ICEC-PR), indicadores que a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) passa a divulgar mensalmente a partir de agosto.
O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, explica que a confiança dos industriais e empresários da construção paranaenses já era medida pela entidade. Mas, até aqui, os resultados do Estado eram utilizados apenas na composição dos índices nacionais, divulgados todos os meses pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “A partir de agora, passaremos a divulgar todos os meses os índices estaduais, fornecendo novos parâmetros para avaliação do cenário da indústria paranaense e para comparação de suas expectativas com as da indústria nacional”, afirma o economista.
Entenda os índices – O ICET-PR e o ICEC-PR variam de 0 a 100, com valores acima de 50 indicando empresários confiantes e expectativa otimista. Eles são formados a partir do cálculo de outros dois indicadores: o Índice de Condições Atuais (que tem peso 1 na composição), e o Índice de Expectativas (com peso 2). Por sua vez, esses indicadores também são obtidos pela combinação ponderada do sentimento dos empresários em relação a temas específicos.
O Índice de Condições Atuais leva em conta a percepção sobre as condições presentes da economia como um todo (peso 1) e as condições específicas da empresa (peso 2). Já o Índice de Expectativas é formado pelas percepções do empresário quanto à operação da economia no futuro próximo, assim entendidas em um horizonte de seis meses (peso 1) e à performance de sua própria empresa (peso 2).
Em agosto, o ICET-PR apresentou aumento de 4,3 pontos, atingindo a marca de 51,2 e retornando à área de otimismo (acima de 50 pontos). O crescimento recuperou parte dos 5,5 pontos perdidos em julho, quando o índice alcançou seu patamar mais baixo em 2013 (46,9 pontos), provavelmente como reflexo da onda de manifestações populares ocorrida no país no mês anterior. Porém, ainda não foi totalmente revertida uma tendência de queda na confiança iniciada em abril deste ano.
O que mais pesou para a retomada em agosto foi o aumento do Índice de Expectativas, que subiu 4,7 pontos, atingindo 54,7. O Índice de Condições também apresentou crescimento, de 3,4 pontos, mas ainda se situa na área de pessimismo, com 43,7. Segundo o Departamento Econômico da Fiep, foi o oitavo mês consecutivo em que os empresários se mostraram pessimistas nesse indicador.
O levantamento da Fiep mostra ainda alguns indicadores conjunturais da indústria paranaense no mês de julho. Segundo o relatório, o nível de produção das empresas apresentou recuperação em relação a junho: o ‘Volume de Produção’ subiu de 44,5 para 55,0 pontos e o de ‘Utilização de Capacidade Instalada’ passou de 74,0 para 77,0.
Por outro lado, os indicadores da situação atual apresentaram redução: a ‘Evolução do Número de Empregados’ passou de 47,4 para 45,4 pontos; a evolução de ‘Estoques de produtos finais (planejado/desejado)’ caiu de 58,5 para 52,9; e os ‘Estoques de produtos finais (evolução)’ teve redução de 52,7 para 51,7.
Os indicadores de atividade futura também apresentaram queda: a ‘Demanda por produtos’ passou de 57,1 para 56,7 pontos; o ‘Número de empregados’, de 50,1 para 50,2; a ‘Compra de matéria-prima’, de 54,9 para 54,1; e a ‘Quantidade exportada’ apresentou queda de 52,2 para 49,9, todas nas comparações entre junho e julho.