Depois de estagiar por um ano na Australian National University, o estudante Alexandre Garus, aluno da Universidade Federal do Paraná no curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, retorna à Curitiba trazendo na bagagem uma certeza: “Esse período de intercâmbio é uma das maiores oportunidades que tive na vida”. O mesmo sentimento é compartilhado por Renata Antunes, estudante de Arquitetura e Urbanismo, da PUCPR, que durante um ano freqüentou a The University of Western Austrália. Para chegarem até a Austrália, ambos os jovens tiveram o apoio, desde o ensino fundamental, do Programa Bom Aluno, que ajuda jovens oriundos de famílias de baixa renda a desenvolverem melhor seus estudos. “O Bom Aluno foi essencial nessa conquista, pois me deu todo o incentivo que eu precisei; além do preparo acadêmico e pessoal com bolsa de estudo em colégio particular, cursos de inglês, auxílio financeiro e acompanhamento pedagógico/psicológico”, diz o estudante.
Na universidade australiana, Alexandre participou de vários projetos de pesquisa nos laboratórios de bioquímica da ANU e trabalhou com “virus-like particles” que são proteínas virais. Segundo o jovem, esse foi um projeto muito interessante, do qual não tinha conhecimento.
Assim pode aprender muito, tanto nas técnicas de pesquisa como na operação de alguns equipamentos bastante diferentes. “Os professores são excelentes e a universidade é referência em pesquisa”. Observa ele que o sistema de ensino é bem diferente. A Australian University disponibiliza uma plataforma on-line com diversos recursos para auxiliar o aprendizado, incluindo aulas gravadas. A carga horária total também é menor do que no Brasil. Aqui é comum seis ou mais matérias por semestre, enquanto lá o máximo recomendado são quatro. Isso facilita o aprendizado dos conteúdos de maneira mais aprofundada e produtiva, observa o estudante
Para Renata, o estágio na Austrália proporcionou contato com disciplinas que não são encontradas no seu curso aqui em Curitiba “Tive a oportunidade de desenvolver projetos em outro contexto, bem como de conhecer professores renomados e de diferentes backgrounds”.
Para ela, essa experiência surgiu num momento muito importante, pois já havia concluído boa parte do seu curso, e desta forma pode aproveitar bem o estudo no exterior, podendo explorar as diferenças de aplicação de novas técnicas, bem como trabalhar com tecnologias que lhe darão um diferencial no mercado de trabalho.
Além da universidade, Alexandre Garus afirma que ficou apaixonado pelo país e pelo povo. “Os australianos são bem organizados, educados e simpáticos. A segurança é algo que vou sentir muita falta, pois os índices de criminalidade lá são baixíssimos.” Um dos poucos pontos negativos, para ele, é o custo de vida, consideravelmente alto para os padrões brasileiros.