Ações de gigantes de tecnologia estão baratas, diz estrategista do Barclays

Comprar ações negociadas a 40 vezes o lucro pode não parecer um bom negócio. Mas é exatamente isso o que Maneesh Deshpande está recomendando aos clientes.

O chefe de estratégia de derivativos de ações do Barclays acaba de elevar sua recomendação para a ação da Apple e de outras gigantes da tecnologia, aconselhando investidores a comprarem mais papéis dessas empresas. Conhecido como FAAMG (Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Google, controlado pela Alphabet), o grupo consegue uma trégua depois de ficar para trás em relação ao mercado desde outubro.

Com o alto preço das ações do grupo – um prêmio de 35% sobre o índice S&P 500 -, Deshpande diz que julgar os valuations com base em um nível absoluto ou compará-los com o resto do mercado não funciona, porque isso não reconhece a vantagem de crescimento que essas gigantes da tecnologia oferecem no longo prazo. Em outras palavras, essas empresas merecem um múltiplo mais alto por causa de seu poder de lucro superior.

Uma abordagem mais apropriada, diz Deshpande, seria avaliar as ações em relação à sua própria história. A valorização dos papéis do FAAMG está atualmente no mesmo nível observado antes da pandemia. Em contraste, o S&P 500 mostra um prêmio em relação ao patamar em dezembro de 2019.

“É como dizer que os imóveis de Nova York estão baratos agora, mas não nunca serão tão baratos quanto em Montana. É mais barato em relação ao nível em que estava”, disse Deshpande, em entrevista por telefone.

As gigantes de tecnologia, antes estrelas no topo do ranking, tiveram um começo de ano difícil. O valor de mercado total das empresas subiu menos de 8% nos primeiros cinco meses, enquanto os índices que rastreiam commodities e ações financeiras avançaram mais de 20%. O fraco desempenho coincidiu com as crescentes discussões em Washington sobre regulamentos e impostos e com a ameaça de taxas de juros mais altas sobre ações muito caras.

Agora, as expectativas de inflação começam a diminuir e as ações do FAAMG recuperam terreno. O grupo acumula alta de 6,3% neste mês, ganho que nenhum dos 11 principais setores do S&P 500 foi capaz de superar. Sem elas, a alta de 0,9% do índice teria sido revertida para uma perda de 0,4%.