A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) manteve a projeção de crescimento de 1,6% na exportação de veículos até o final deste ano, mesmo diante da crise cambial argentina. “A crise na Argentina é real, mas nós aprendemos que não é permanente. Como em exemplos de crises anteriores, nós sempre conseguimos superar”, declarou o presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku Júnior.
Em balanço divulgado pela Anfavea, o valor obtido com a exportação de veículos produzidos no Brasil registrou alta de 9,3% em fevereiro, na comparação com janeiro, embora tenha caído 8% em relação a igual mês do ano passado. O montante das exportações de carros em fevereiro ficou em 981,48 mil dólares. Por unidades de automóveis exportados, houve alta de 26,5% em fevereiro, em relação a janeiro.
De acordo com Moan, a criação de uma linha de crédito especial entre os dois países, para manter o fluxo de exportações, sugerida ao governo há um mês, e a adoção do Programa Exportar-Auto ajudariam o Brasil a ganhar competitividade. O presidente da Anfavea disse que os detalhes da proposta da linha de crédito serão discutidos durante reunião marcada para amanhã (11), no Ministério da Fazenda, e ele adianta que prefere o uso de dólares nas operações, em vez de moedas locais. Adiantou também que autoridades brasileiras e argentinas se reunirão, na próxima sexta-feira (14), para “buscar um caminho” que contorne o momento de crise, mas não mencionou o local do encontro.
“Nossa relação com a Argentina não é simplesmente de compra e venda de produtos. Temos um processo de integração produtivo. A produção de automóveis aqui depende de peças produzidas na Argentina, e a produção de automóveis lá depende de peças produzidas no Brasil”, disse ele, acrescentando que o comércio com a Argentina, em 2013, representou 75% do total das exportações brasileiras de veículos.