Cada vez mais bem sucedidas no mercado de trabalho, as mulheres têm alterado suas prioridades. Se antes o plano principal consistia em encontrar o pretendente ideal, constituir e cuidar da família, atualmente a formação e a carreira profissional têm ocupado o topo da lista de prioridades do sexo feminino.
Segundo pesquisa do IBGE, que mapeou a evolução populacional brasileira, atualmente a idade média em que as mulheres têm o primeiro é 25 anos. Em 2020, o índice deverá subir para 28 anos e, em 2030, para 29,3.
O problema é que o relógio biológico continua a correr. E isso pode dificultar o sonho da maternidade. De acordo com o diretor da clínica Origen, Selmo Geber, depois dos 35 anos, os óvulos liberados são de qualidade mais baixa e, por isso, a taxa de fecundidade chega a ser 40% menor.
Uma alternativa que vem atraindo um grande número de mulheres com menos de trinta anos, é o congelamento de óvulos, como forma de tentar conciliar a carreira profissional e o desejo de tornarem-se mães no futuro. Segundo Geber, quanto mais jovens forem os óvulos, maiores as chances de sucesso do tratamento, caso a mulher precise recorrer à reprodução assistida quando finalmente decidir engravidar. “Graças à técnica de vitrificação, utilizada no Brasil há apenas seis anos, a taxa de aproveitamento em tratamentos com óvulos congelados tem sido semelhante à obtida com exemplares frescos”, afirma o médico.
“Isso representa uma mudança comportamental muito significativa: as mulheres já não estão mais tão preocupadas em encontrar logo o ‘príncipe encantado”. Com o congelamento, dá tempo de avaliar melhor’, diz o médico. Ele conta, inclusive, que tem recebido não só a moça interessada em congelar os óvulos, mas também os pais, que a acompanham “talvez com o intuito de verem preservadas suas raízes”, comenta Geber.