O Brasil, principalmente pelo potencial de seu mercado interno, nunca esteve em um momento tão bom para negociar acordos comerciais internacionais que sejam vantajosos para o setor produtivo do país. A opinião é da gerente-executiva de Negociações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Soraya Saavedra Rosar. Durante reunião do Conselho Temático de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em Curitiba, a especialista apresentou um panorama dos acordos comerciais realizados entre países ou blocos econômicos e como algumas negociações em andamento podem alterar o fluxo e as regras de transações internacionais no futuro.
Segundo Soraya, o Brasil possui uma rede de acordos internacionais antiga e bastante restrita. “Este não era um tema de primeira linha para o país até há pouco tempo. Nos últimos anos, o Brasil fechou acordos mais de importância geopolítica, sem relevância econômica e que não geraram absolutamente nenhum resultado comercial para o país”, disse, citando como exemplo os acordos firmados com Israel e Palestina.
Ela afirmou que, em boa medida, isso aconteceu até por certo receio do setor produtivo nacional. “O governo não teve grandes avanços em acordos internacionais nesse período, mas o setor produtivo também não cobrou isso. A própria indústria sempre foi defensiva em relação a essas negociações, para resguardar o seu mercado interno”, explicou. “Mas há coisa de um ano e pouco, ficou clara uma mudança de posição nos setores industriais brasileiros. Temos observado uma movimentação de empresários e do próprio governo em favor de novos acordos”, acrescentou.