Brasil registra 670 mil casos de sepse por ano. Desses 55% vão a óbito

Sepse, embora seja conhecida erroneamente como infecção generalizada ou falência múltipla dos órgãos, continua sendo um grande desafio para profissionais de saúde do mundo todo. Estima-se cerca de 15 a 17 milhões novos casos todo ano, sendo 670 mil só no Brasil. Desses 55% vão a óbito. Há quatro anos, uma campanha mundial acontece para conscientizar a população e profissionais de saúde. No Brasil, ela é coordenada pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), com o apoio da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).
Para promover o Dia Mundial da Sepse e a conscientização dos profissionais de saúde e população, o ILAS e a AMIB enviaram às 1.900 Unidades de Terapia Intensiva brasileiras material sobre o tema. “A sepse era conhecida, antigamente, como septicemia ou infecção no sangue. Mas, na verdade, é uma inflamação generalizada dor organismo contra uma infecção que pode estar localizada em qualquer órgão. A sepse pode levar à parada de funcionamento de um ou mais órgãos ou levar à morte, quando não diagnosticada e tratada rapidamente”, explica Dr. Luciano Azevedo, presidente do ILAS.
Um dos principais problemas para o controle da sepse no país é o atraso no diagnóstico, motivado não apenas pelo desconhecimento da doença pelos pacientes e familiares, mas pela própria equipe de saúde. “O reconhecimento precoce é a chave para o tratamento adequado. Todas as instituições devem treinar suas equipes. Isso porque o tratamento adequado nas primeiras seis horas tem clara implicação no prognóstico”, salienta o médico.
Dr. Luciano Azevedo acrescenta ainda que “uma pesquisa do ILAS, em parceria com o Instituto Datafolha e 134 municípios brasileiros, mostrou que 93% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre sepse. Campanhas de esclarecimento envolvendo sociedades médicas e imprensa devem ser realizadas para minimizar o problema.”