
Além dos traumas causados às vítimas e seus parentes, os 169.163 acidentes que aconteceram nas rodovias federais em 2014 custaram ao país R$ 12,3 bilhões, segundo o relatório Acidentes de trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras”, divulgado hoje (23) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O Ipea estima ainda que, se somar aos que ocorreram nas estradas estaduais e municipais, o valor pode chegar a R$ 40 bilhões.
Em média, em 2014, cada acidente custou mais de R$ 72,7 mil, e os que resultaram em mortes, em média, cada um ficou em R$ 646,7 mil. Mais de 8 mil pessoas morreram e mais de 100 mil sofreram ferimentos. Os que causaram mortes, segundo o Ipea, responderam por menos de 5% do total de ocorrências, mas representaram cerca de 35% dos custos totais, indicando a necessidade de políticas públicas que reduzam os acidentes e sua letalidade.
Em 2014, 64,7% dos custos estavam associados às vítimas, como cuidados com a saúde e perda de produção devido às lesões ou morte, e 34,7% aos veículos, como danos materiais e perda de cargas, além do serviço de remoção dos veículos acidentados.
“Esses custos recaem sobre toda a sociedade. Uma parte recai sobre o orçamento público, seja federal, estadual ou municipal, como a Previdência Social, por exemplo. Outra sobre o setor privado, com a perda de produtividade, e sobre as famílias, com seu empobrecimento”, disse o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho.
A perda de produção, em que uma vítima de trânsito deixa de produzir quando vem a morrer ou tem uma lesão grave temporária, segundo Carvalho, é o principal componente desse custo. Ele disse também que é possível inferir que os gastos com fiscalização, principalmente nos estados, e os investimentos em infraestrutura rodoviária, de manutenção e equipamentos de segurança viária, são inferiores aos custos que os acidentes dão para a sociedade.
Aumento dos acidentes
Segundo Ipea, nos últimos dez anos, o Brasil registrou aumento de 50,3% no número de acidentes em rodovias federais. As mortes cresceram 34,5% e a quantidade de feridos, 50%. Mas, nos últimos quatro anos, esses números vêm reduzindo; de 2010 a 2014, as mortes diminuíram aproximadamente 4,5%.
O chefe do Núcleo de Estatística da PRF, Marcos Vinícius Moreira, explica que a redução de mortes é uma tendência, já que há uma intensificação e melhora da fiscalização, com investimentos em tecnologia e capacitação de policiais. “E quando olhamos até o primeiro semestre de 2015 já temos uma redução muito alta, de aproximadamente 15% a 16%, no número de mortes”, disse.
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