Detentos do regime semiaberto fazem reparos em escola de Curitiba

O Colégio Estadual Paulo Leminski, em Curitiba, passa por obras de reparo que incluem pintura e jardinagem. O trabalho é feito por detentos que participam do projeto Mãos Amigas, uma parceria entre as secretaria estaduais da Educação e da Segurança Pública e Administração Penitenciária.
Dezesseis presos em regime semiaberto da Colônia Penal Agrícola de Piraquara trabalham diariamente, em turno único, em obras de reparos em escolas e outros prédios públicos do Governo do Paraná.

A escola recebeu pintura nova em aproximadamente sete mil metros quadrados de área, entre paredes externa e muro. Também foram feitos trabalhos de jardinagem, como remoção de entulhos e podas de árvores. “O trabalho que eles fizeram aqui é de primeira. Nós realmente estávamos precisando dessa repaginada na estrutura do prédio”, contou o diretor João Paulo Matos. “Todos estamos satisfeitos com os resultados, professores, alunos, direção e a comunidade. Contribui muito para a vida da escola”, agradeceu Matos.
Os trabalhos devem ser concluídos nos próximos dias. Também serão feitas quatro mesas de pingue-pongue para as aulas de Educação Física.

João Paulo Correia tinha uma pequena empresa de pintura antes de ser privado de liberdade e aproveitou a oportunidade para exercer a antiga profissão. Segundo ele, o trabalho em escolas serve de motivação para o retorno à sociedade e à antiga função.
“Para nós é muito importante esse trabalho porque podemos contribuir de alguma maneira com a comunidade. O retorno que recebemos dos alunos nos motiva a continuar nesse caminho”, disse.

Para o coordenador do projeto Mãos Amigas pela Secretaria da Educação, Nabor Bettega Junior, o projeto traz vários benefícios ao detento e à unidade escolar. “A escola economiza com a manutenção e pequenos reparos e os detentos têm a diminuição da pena e a oportunidade de aprender e exercer uma profissão”, explicou.

O programa foi criado em 2012 com o objetivo contribuir para o processo de ressocialização redução da punição do detento. Nabor explica que o programa pode ser expandido para outras regiões do Estado. “Estamos trabalhando para levar o programa para outras regiões que possuam o regime semiaberto”, disse. As regionais são Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Guarapuava e Foz do Iguaçu.

“Contamos com um sistema que nos permite aplicar o trabalho do preso em todas as frentes, o que possibilita investir em canteiros de trabalho que beneficiem obras públicas. Ofertamos trabalho para o preso, o que é muito importante. Isso é prioridade dentro da nossa gestão”, acrescentou o diretor do Departamento de Execução Penal (Depen) do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo Moura.