As eleições de hoje nos Estados Unidos vão definir as linhas da política norte-americana para os próximos dois anos, ao eleger nova composição para a Câmara dos Representantes e um terço do Senado. Em jogo nas chamadas midterms elections – realizadas no meio do mandato presidencial -, está a renovação de todos os 435 membros da Câmara dos Representantes (Câmara Baixa do Congresso norte-americano) e a eleição de 33 dos 100 lugares no Senado (Câmara Alta).
No mesmo dia, 36 dos 50 estados norte-americanos elegem os seus governadores e diversos cargos locais e estaduais são atribuídos.
O que causa o maior interesse nas eleições de 4 de novembro é a disputa pelo controle do Senado. Os democratas, a força política do presidente Barack Obama, têm neste momento a maioria na Câmara Alta do Congresso, mas a história e o atual clima político indicam que os republicanos têm boas possibilidades de assumir o controle.
Atualmente, os democratas detêm a maioria por cinco lugares (53 senadores e dois independentes que se alinham durante as votações), enquanto os republicanos contam com 45 lugares. Com isso, o Partido Republicano só precisa aumentar a presença em seis lugares para conquistar a maioria. Os republicanos já detêm o controle da Câmara dos Representantes e é pouco provável que a percam, de acordo com pesquisas recentes e os índices de aprovação do governo Obama.
Com base nesse cenário, as midterms podem ter impacto duradouro sobre o governo norte-americano e, neste ano, podem moldar a capacidade do governo Obama nos últimos dois anos de mandato presidencial. Um dos indicadores para a eleição é o índice de aprovação do presidente, que atingiu média de 41,5% no 23º trimestre da sua administração, um dos valores mais baixos até a data, segundo o instituto norte-americano Gallup.
Enfrentando crises como a chegada do ebola aos Estados Unidos, a operação contra os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria ou as falhas de segurança do Serviço Secreto, a unidade responsável pela proteção presidencial, Obama acabou por ser uma presença discreta na campanha democrata.