Experiência do Paraná é destaque em seminário sobre o SUS

O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, apresentou os primeiros resultados do projeto de implantação de um novo modelo de atendimento voltado a hipertensos e diabéticos da região de Maringá. A experiência foi um dos destaques do Seminário Conass Debate, que nesta quinta edição trouxe temas relacionados à inovação na atenção ambulatorial especializada. Iniciado em 2014, o projeto paranaense mudou a forma com que pacientes com condições crônicas são atendidos na rede pública de saúde. O novo modelo organiza uma linha de cuidado para diabéticos e hipertensos. Além disso, ele propõe que os serviços de saúde da atenção primária e da atenção secundária trabalhem em rede, oferecendo a melhor alternativa de tratamento ao paciente.
De acordo com Caputo Neto, a mudança foi conceitual e precisou do envolvimento e capacitação de profissionais de saúde de diversos pontos de atenção. “Hoje, o Centro de Especialidades não oferece mais consultas convencionais a esses pacientes. O que é ofertado é um atendimento multiprofissional, que envolve uma série de consultas e exames para que a pessoa saia de lá com um plano de cuidado completo e volte para casa com todas as orientações necessárias para continuar o tratamento sendo acompanhada pela equipe da unidade de saúde”, explicou o secretário.
Na primeira etapa, a rede assistencial foi estruturada com a articulação de duas unidades de saúde e um centro de especialidades. Pacientes de Maringá e Munhoz de Mello, na região Norte do Estado, foram beneficiados. Com isso, as equipes da atenção primária se tornaram responsáveis por referenciar os pacientes à atenção especializada, levando em conta a estratificação de risco do usuário.
Em seguida, outras unidades de saúde foram incorporadas ao projeto, estendendo a mudança de conceito para as equipes dos municípios de Astorga, Mandaguari, Floresta, Iguaraçu, Ângulo e Atalaia.
Desde o início de outubro de 2014, 223 usuários foram atendidos neste novo modelo. “Os resultados foram excelentes. Melhoramos o diálogo entre os pontos de atenção, qualificamos o atendimento e ainda conseguimos motivar os profissionais envolvidos no projeto”, afirma a chefe do Núcleo de Apoio à Descentralização da Secretaria da Saúde, Marise Gnatta Dalcuche.
A implantação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) é uma das estratégias do ComSUS, programa estadual de apoio aos Consórcios Intermunicipais de Saúde, responsáveis pela administração dos centros de especialidades. A intenção é expandir a experiência de Maringá para todo o Estado.
Na região de Maringá, o projeto foi desenvolvido em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Setentrião Paranaense (Cisamusep). Além de capacitação permanente, o Estado oferece R$ 200 mil para o custeio mensal do serviço.
Também estão sendo destinados R$ 680 mil para compra de equipamentos e mais R$ 13 milhões para a obra de construção da nova sede do centro de especialidades.