Metade da população não tem imunidade contra a hepatite B

O Ministério da Saúde ampliou em 2013 a faixa etária de vacinação contra a hepatite B. Desde então, homens e mulheres com até 49 anos podem receber a vacina gratuitamente em qualquer posto de saúde. A medida beneficia um público-alvo de 150 milhões de pessoas. Antes de 2013, a idade limite para vacinação gratuita era até 29 anos. A vacina é a medida de prevenção mais segura e eficaz contra a hepatite B e hepatite D.
Estima-se que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o vírus da hepatite B e aproximadamente 170 milhões com hepatite C. As de maior relevância no Brasil são as hepatites A, B e C.
O Laboratório Frischmann Aisengart realizou uma pesquisa com uma amostra de 18.069 exames anti-HBsAg realizados no Laboratório no período de janeiro a junho de 2011. O objetivo da análise foi detectar o índice de imunidade contra a hepatite B. Os resultados mostraram que 50,9% dos pesquisados não têm imunidade contra a doença, sendo que a média dos pacientes tinha 37 anos de idade e 64,6% eram mulheres. A pesquisa também detectou que, no período analisado, apenas 125 vacinas de hepatite B foram aplicadas no laboratório.
De acordo com Jaime Rocha, infectologista do Laboratório Frischmann Aisengart e responsável pela pesquisa, a vacina contra a hepatite B entrou no calendário do governo apenas para o público infantil há cerca de dez anos. Portanto, uma boa parte dos adultos brasileiros não foi contemplada com esta vacinação. “Há muito tempo o Brasil vivencia uma epidemia de hepatite. A maioria das pessoas não se vacina e acaba só descobrindo a doença quando faz o exame anti-HBsAg, seja porque o médico percebeu os sintomas da doença ou porque está fazendo um check-up rotineiro”, explica o especialista.
Segundo Rocha, a hepatite A é contraída por infecção fecal-oral, principalmente decorrente de alimentos mal lavados e água contaminada. A hepatite A costuma ser um pouco mais leve nas crianças e mais grave nos adultos, podendo até levar a óbito. O quadro típico apresenta náusea e vômito, mal-estar, febre, perda de apetite, fezes mais claras e um amarelão no corpo e nos olhos. Já a hepatite B é transmissível pelo sangue ou sexualmente. A hepatite C é transmitida principalmente através do contato com sangue contaminado (hemotransfusões, seringas contaminadas em usuários de drogas, material cirúrgico não estéril). Outras formas de contágio, tais como sexual e vertical (mãe para o filho durante gestação/parto) ainda não foram comprovadas, entretanto, não podem ser totalmente descartadas.
Existem três opções de vacina. A primeira é a vacina apenas para a hepatite A, com duas doses, intercaladas num período de seis meses a um ano.
Com a segunda dose, a pessoa adquire a imunidade definitiva. A segundo opção é a vacina somente para a hepatite B. São aplicadas três doses, com intervalo de um mês e seis meses. Para as crianças, esta vacina faz parte do calendário do governo. A terceira opção é a vacina que contempla a hepatite A e B conjuntamente. São recomendadas três doses, no mesmo intervalo da vacina contra hepatite B. As vacinas são intramusculares e podem ser aplicadas no braço, nádegas ou coxa.